“Há uma certificação de um volume muito pequeno do biodiesel com relação ao etanol dentro do programa, então o impacto médio será bem pequeno”, afirmou o economista especialista em bioenergia e um dos idealizadores do programa RenovaBio, Miguel Ivan Lacerda.
A emissão de títulos para o programa RenovaBio considera o volume de produção, comercialização e importação de biocombustíveis. Mas, embora o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) tenha determinado o avanço da mistura do biodiesel em 2% em abril de 2023 e o crescimento gradual de 1% ao ano até o atingimento do B15 em 2026, apenas uma parcela da cadeia do biodiesel está certificada de forma a contribuir com o RenovaBio.
segundo interlocutores do setor, há dificuldade de rastrear todo o canal de produção da principal matéria-prima do biocombustível, a soja. O meio de produção a partir da oleaginosa é mais extenso e complexo que o da cana-de-açúcar, por exemplo, o que atribui notas mais baixas à sustentabilidade do biodiesel em relação ao etanol. “Podemos ver ganhos específicos (com as emissões dos CBIOs) para aquelas empresas que têm uma boa nota de certificação e um grande volume de emissões, como a JBS”, exemplificou Lacerda. A empresa possui três fábricas em operação produzindo o biocombustível no Brasil e é considerada a maior produtora brasileira de biodiesel a partir de resíduos orgânicos do processamento de bovinos e óleo de cozinha.
O economista acredita que um efeito maior do biodiesel no programa de descarbonização poderá ser sentido, por exemplo, quando houver uma mudança nos cálculos para a certificação da cadeia do biocombustível, algo que já é discutido. Considerando a atual geração de CBIOs, a expectativa é que os preços, que já são negociados na casa dos R$ 100 neste ano, permaneçam fortes.
Fonte: portaldoagronegocio