A Brado, operadora logística multimodal independente especializada na movimentação de contêineres, lançou nesta quarta-feira (23) seu primeiro Relatório Anual de Sustentabilidade (RAS). No documento, a empresa apresenta seus resultados voltados à agenda ESG ao longo de 2021. Um dos mais significativos foi a redução da emissão de gases do efeito estufa nas operações de seus clientes: 254 mil toneladas de CO2 deixaram de ser lançadas na atmosfera pela solução multimodal da companhia em 2021.
A empresa planeja e realiza transporte de cargas em contêineres usando ferrovias para as distâncias longas e rodovias nos trechos mais curtos. É dessa combinação única de modais que resulta a redução de gás carbônico, na comparação com o transporte estritamente rodoviário.
O trabalho de medir a emissão evitada começou em 2019. Dois anos depois, a Brado disponibilizava para seus clientes o Green Log, uma calculadora de emissões de CO2. As 254 mil toneladas não lançadas em 2021 equivalem à emissão anual de cerca de 55 mil automóveis. Seriam necessárias mais de 1,8 milhão de árvores para absorver essa quantidade de carbono. O resultado representa um aumento de 11% na redução de emissão de GEE entre os clientes Brado em relação a 2020.
A ferramenta está disponível no site da empresa para todos os interessados em calcular quanto a multimodalidade é capaz de reduzir as emissões de CO₂. Ao acessar www.brado.com.br o interessado é direcionado para um questionário online, no qual deverá informar alguns dados para simular o transporte (tipo de carga, peso total do que será transportado, volume estimado de viagens necessárias em um ano, as cidades de origem e de destino, entre outros). “Nós assumimos três compromissos por meio do Green Log: reduzir a pegada de carbono na logística, combater as mudanças climáticas e melhorar a comunicação sobre esse tema com nossos clientes e parceiros”, afirma Marcelo Saraiva, presidente da Brado.
Para desenvolver o relatório, a companhia conduziu seu primeiro processo de materialidade, determinando seus temas mais relevantes para a sustentabilidade do negócio. Foram ouvidos clientes, colaboradores, fornecedores e sociedade civil. O resultado são 10 temas estratégicos para a gestão de sustentabilidade da empresa, incluindo emissões de GEE e mudanças climáticas; governança corporativa, ética e compliance; cadeia de valor e rastreabilidade do produto; relacionamento e atendimento às necessidades dos clientes; diversidade e inclusão.
Resultados e futuro
O RAS 2021 traz também os resultados da companhia no ano. No mercado externo, destaque para o crescimento de aproximadamente 75% no segmento de pluma de algodão. Os fardos viajam nos trens da Brado de Rondonópolis (MT) ao Porto de Santos (sp), de onde são exportados. “O algodão é hoje um produto de extrema importância, é onde esperamos ancorar o nosso futuro”, diz a diretora comercial da Brado, Andréa Ramos. “Temos quase um terço do mercado de Mato Grosso, que é o maior produtor do país. A pluma também faz parte da nossa estratégia de crescimento futuro na Bahia e em Goiás”.
Ainda no mercado externo, o ano foi marcado pela parceria com a Klabin e o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) para o escoamento da produção de papel e celulose de Ortigueira até o Porto de Paranaguá (PR), com capacidade projetada para transportar mensalmente 125 mil toneladas dos produtos em contêineres. No primeiro ano de funcionamento, o Projeto KBT (sigla com as iniciais das três empresas envolvidas) movimentou mais de 16 mil contêineres para exportação, totalizando mais de 346 mil toneladas.
Outra grande conquista para a companhia diz respeito à certificação Operador Econômico Autorizado (OEA), concedida pela Receita Federal. O selo reconhece a Brado como um operador logístico de atuação internacional e com comprovada capacidade para gerir riscos relacionados à segurança física das cargas, além de cumprir as conformidades tributárias e aduaneiras.
As cargas transportadas pela Brado para exportação têm como principais destinos a Ásia, Europa e América do Norte, em países como China, Índia, Vietnã, Holanda e Estados Unidos.
No mercado interno, a companhia cresceu 56% em relação ao ano anterior. “Durante a pandemia do Covid-19 houve um deslocamento dos navios para as rotas Ásia x Estados Unidos/União Europeia, além do aumento da taxa de câmbio”, diz Marcelo Saraiva. “Enxergamos nesse cenário uma oportunidade de fortalecer nossas operações dentro do país”. O mercado interno representou 27% da movimentação geral da Brado, com crescimento de 78% no setor de agroquímicos, 57% em milho especial e 37% no de bens de consumo.
Um destaque de atuação da Brado no mercado interno é o vagão double stack, que permite empilhar contêineres em dois níveis por trajetos de longa distâncias. Essa modalidade de transporte atrelada ao uso de contêineres de 53 pés garante um ganho superior a 40% na capacidade de transporte dos trens de carga.
As rotas funcionam no sistema round-trip (viagem completa), de modo que os trens nunca rodem vazios. A empresa movimenta no fluxo de ida commodities como milho especial, ração e óleo vegetal. O milho, por exemplo, é recebido e armazenado em silos separados no Terminal da Brado de Rondonópolis. Isso assegura a qualidade das quase 600 mil toneladas transportadas por ano, que atendem o consumo no mercado paulista. Na volta para Mato Grosso, os contêineres são carregados com bens de consumo diversos, como alimentos, bebidas, materiais de construção e produtos de limpeza. Tal sistema gera uma relação do tipo ‘ganha-ganha’ para vários elos da cadeia logística.
Para 2023, a Brado está trabalhando na abertura do corredor que vai atender o fluxo de Anápolis (GO) para o Porto de Santos (SP), tanto nas operações de exportação quanto de importação, movimentando cargas de Goiás, do oeste da Bahia e do Tocantins. O RAS da Brado pode ser acessado pelo link.
Fonte: portaldoagronegocio
