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Agronegócio

Regenera Cerrado: a união de pesquisadores e produtores rumo à agricultura regenerativa

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Disseminar técnicas de agricultura regenerativa, com base científica e que sirvam de exemplo escalável de produção de soja e milho para o Brasil e para o mundo. Esse é o principal objetivo do Projeto Regenera Cerrado, que foi concebido a partir da inquietação de um grupo de produtores da região sudoeste do estado de Goiás, no bioma Cerrado, interessados em transformar os moldes tradicionais da agricultura com práticas mais sustentáveis.

Criado no Instituto Fórum do Futuro, em 2022, o Regenera Cerrado conta com o patrocínio da Cargill, execução operacional do Instituto BioSistêmico (IBS) e parceria de onze instituições nacionais e internacionais e 12 fazendas da região no entorno do município goiano de Rio Verde.

As fazendas participantes, que já adotam técnicas de agricultura regenerativa, estão sendo avaliadas pelo projeto. As áreas estudadas em cada propriedade são delimitadas em talhões que somam 1.614,98 hectares monitorados. A equipe envolvida nos estudos é composta por 24 bolsistas de iniciação científica a pós-doutorado e 13 profissionais de suporte.

De acordo com Ingrid Graziano, gerente de Soluções de Sustentabilidade da Cargill, a agricultura regenerativa tem um potencial significativo de promover a regeneração e recuperação de ecossistemas.

“Na Cargill, entendemos que, por meio da agricultura, iremos enfrentar os desafios das mudanças climáticas. E, para isso, a ciência funciona como um pilar fundamental para compreendermos e mensurarmos o impacto positivo da implementação destas práticas agronômicas no campo. O projeto Regenera Cerrado tem um importante papel neste cenário, pois a expectativa é que durante 4 safras possamos não apenas gerar dados científicos, mas também promover a transferência de conhecimento e potencializar a difusão desta agenda”, comenta Ingrid.

Conforme explica a Dra. Eliana Fontes, pesquisadora do CENARGEN (Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia), que integra a equipe do projeto, os estudos serão conduzidos durante duas safras de soja e duas de milho, 2022/2023 e 2023/2024. “Finalizamos os estudos de campo da soja, há pesquisas em andamento nos laboratórios e iniciamos agora as pesquisas da 1ª safra do milho. Quando finalizarmos a coleta de dados e as análises laboratoriais vamos analisar os resultados, divulgá-los e publicá-los”, relata.

A ideia, de acordo com a pesquisadora, é demonstrar a outros produtores que as práticas adotadas são viáveis e trazem benefícios econômicos, ambientais e sociais. “Podemos contribuir para difundir o uso de práticas agrícolas como o controle biológico, decomposição de matéria orgânica, ciclagem de nutrientes e polinização, entre outros. Todos devem ter acesso a esse conhecimento”, destaca a pesquisadora.

Preservação do Bioma Cerrado 

Para o Diretor Geral do Instituto Fórum do Futuro, Márcio de Miranda Santos, investir em pesquisa voltada à conservação do bioma Cerrado, por meio de práticas de agricultura regenerativa, é uma necessidade de altíssima importância estratégica para o Brasil e para outras regiões tropicais do mundo.

“Os cultivos da soja e do milho, assim como o de outras commodities que podem se beneficiar dos resultados desse projeto, se expandem a velocidades inimagináveis em tempos recentes no bioma Cerrado, ambiente ainda relativamente pouco conhecido, se comparado a outras áreas produtoras de grãos no Brasil”, pontua.

Márcio destaca que o Instituto Fórum do Futuro, como seu próprio nome indica, se permite sonhar com um futuro melhor para a humanidade e compartilhar seus sonhos com os parceiros das suas iniciativas no Brasil e fora dele. Nesse sentido, ele reforça a importância do Regenera Cerrado, que servirá como exemplo de para onde os sistemas de produção de alimentos devem caminhar, de forma concreta e referenciada cientificamente.

“Parcerias como esta, ainda que já tenham sido exercitadas anteriormente, serão cada vez mais importantes no futuro, onde a combinação virtuosa de interesses comuns pró sustentação dos negócios na agropecuária se unem via geração de conhecimento novo na produção de alimentos”, ressalta.

As instituições parceiras no projeto são a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), o Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS), o Grupo Associado de Pesquisa do Sudoeste Goiano (GAPES), o Instituto Federal Goiano, a Universidade Federal de Lavras (UFL), a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), a Universidade Federal de Viçosa (UFV), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Universidade de Brasília (UnB) e a University of Minnesota.

Para saber mais, acesse o site do Fórum do Futuro.

Fonte: portaldoagronegocio

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