As exportações de milho atingiram 6,06 milhões de toneladas em agosto, um crescimento significativo de 70,7% em comparação às 3,55 milhões de toneladas registradas em julho. Esse aumento foi impulsionado, principalmente, pelo desempenho do estado de Mato Grosso, maior produtor de milho do Brasil. No entanto, apesar da alta nos embarques, os preços do frete nas principais rotas que têm origem no estado mantiveram-se em queda, conforme destaca o Boletim Logístico divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta segunda-feira (23).
De acordo com Thomé Guth, superintendente de Logística Operacional da Conab, “a safra de milho colhida em Mato Grosso é de grande magnitude, e há indícios de que o mercado pode mudar com o avanço da entressafra, o que pode elevar os preços do cereal e estimular novos negócios. Isso deve aquecer a movimentação de cargas, mas ainda não se reflete no mercado estadual.”
Queda de fretes também afeta Goiás e Bahia
Em Goiás, outro importante estado produtor, os preços do frete também registraram queda. O milho foi o principal produto transportado no período, apesar da baixa demanda, já que muitos produtores optam por reter seus estoques à espera de preços mais favoráveis. Situação semelhante foi observada na Bahia, onde o fluxo logístico para o transporte de grãos e fertilizantes também apresentou redução, resultando em menores cotações de frete e menor volume transportado em comparação com julho.
Estabilidade e variações regionais
Em São Paulo, o mercado de frete mostrou estabilidade, com leve aumento de 1% nas praças de Ourinhos e Sertãozinho, impulsionado pela demanda crescente no transporte de açúcar. Já no Distrito Federal e em Mato Grosso do Sul, o comportamento foi mais variado. No DF, foram registradas altas de 5% e 1% nos preços de frete para as rotas de Imbituba (SC) e Santos (SP), enquanto as rotas para Minas Gerais e Paraná tiveram quedas de até 9%, influenciadas pela menor demanda no transporte de soja.
Em Mato Grosso do Sul, as variações nos fretes agrícolas foram pequenas, com destaque para o mercado interno, que dominou as ofertas de embarque, uma vez que a colheita da segunda safra de milho está quase finalizada e mais de 80% da safra de soja 2023/24 já foi comercializada.
Aumento nos fretes em algumas regiões
Apesar da tendência de queda em diversas regiões, algumas áreas registraram alta nos preços de frete. No Maranhão, a escassez de caminhões fez os preços subirem na maior parte das rotas. No Paraná, a demanda positiva elevou os preços em quase todas as praças, com exceção de Toledo. Já em Minas Gerais, o aumento no custo do frete foi impulsionado pela alta nos preços dos combustíveis, enquanto o ritmo de movimentação de grãos se manteve estável.
No Piauí, o mercado de fretes apresentou dois cenários distintos: o mercado externo seguiu com forte demanda, enquanto o mercado interno permaneceu estagnado. Ainda assim, os preços do frete rodoviário no estado subiram 9% em relação ao mês anterior, puxados pela soja, cujo escoamento continua aquecido, sobretudo para exportação.
Fonte: portaldoagronegocio