Há anos caminhando sobre os trilhos do ESG, o setor de árvores cultivadas comprova que trabalhar de modo sustentável é benéfico para o meio ambiente, gera valor para a sociedade e é economicamente viável. Realizado pelo terceiro ano consecutivo com o Ibre/FGV, o recém-lançado Relatório Anual da Ibá 2022, demonstra que a indústria de base florestal alcançou receita recorde de R$244,6 bilhões em 2021, ano base do material.
Esta edição trouxe mudanças na forma de sua coleta de dados dos plantios florestais, realizados agora a partir de imagens de satélite. Assim, em parceria com a Canopy Remote Sensing Solutions, empresa de tecnologia de sensoriamento remoto, constatou-se que a área total de cultivos produtivos no país chegou a 9,93 milhões de hectares, com 75,8% destinado ao eucalipto e 19,4% ao pinus. Os três estados que mais cultivam são Minas Gerais (2,3 milhões de hectares), São Paulo (1,3 milhão de hectares) e Mato Grosso do Sul (1 milhão de hectares).
Por meio de ciência e tecnologia, o setor vem avançando em seus índices de produtividade, produzindo mais, utilizando a mesma área, trazendo para a realidade um dos princípios da bioeconomia. Em 2021, a produtividade do eucalipto cresceu para 38,9 m³/ha/ano, enquanto o pinus totalizou 29,7 m3/ha/ano.
O setor ainda mantém outros 6,05 milhões de hectares destinados para conservação. Em técnica de manejo sustentável chamada mosaico florestal, são integradas a vegetação nativa e os cultivos produtivos, beneficiando a regulação do fluxo hídrico e auxiliando no cuidado com a biodiversidade.
O olhar cuidadoso para toda a cadeia impulsiona a inovação verde no processo industrial. Assim, o setor se mostra um exemplo para o mundo que tem a matriz energética como um dos maiores desafios para atingir a economia descarbonizada. De toda energia produzida na indústria, 88% vem de fontes renováveis, como licor negro e biomassa. Em 2021 as companhias de base florestal foram responsáveis pela geração de 74,6% da eletricidade que consumiram. O excedente produzido por companhias do setor são vendidos à rede pública e, em 2021, totalizou 14,2 milhões de gigajoules, quantidade suficiente para abastecer uma cidade de 1,37 milhão de habitantes.
Certificações internacionais como FSC e PEFC/Cerflor atestam o manejo sustentável das companhias do setor há mais de 20 anos. De acordo com o relatório, são 7,37 milhões de hectares, da área total, que possuem alguma certificação.
“Este documento é mais do que um relatório, mas uma agenda que ilumina o caminho da bioeconomia. Demonstra na prática que respeitar o meio ambiente e trabalhar em conjunto com as comunidades vizinhas é economicamente viável. Neste momento em que caminhar rumo à descarbonização é uma urgência, esperamos que o material também seja uma inspiração a demais setores que buscam se adaptar a esta nova realidade. Trabalhar em sinergia com a natureza pode ser uma enorme janela de oportunidades para o Brasil se apresentar ao mundo como uma solução no combate às mudanças climáticas e para gerar empregos e renda a brasileiras e brasileiros”, afirma Paulo Hartung, presidente executivo da Ibá.
Reflexo direto do trabalho responsável e planejado é o avanço no número de empregos, que chegou a 553 mil colaboradores diretos. Considerando postos de trabalho indiretos e induzidos, são 2,97 milhões de oportunidades em todo o Brasil.
Mais um fator de impulso social é a parceria com pequenos produtores rurais para fornecimento de madeira. São 1,9 milhão de fomentados, que diversificam sua renda e uso de terra.
O material completo pode ser encontrado nas versões português e inglês em www.iba.org.
Fonte: portaldoagronegocio