Segundo levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, o preço médio do leite captado em novembro atingiu R$ 2,6374 por litro (Média Brasil), registrando uma queda de 6,4% em relação ao mês anterior. Apesar da retração recente, o valor representa um aumento real de 25,9% frente ao mesmo período de 2023, com os dados corrigidos pelo IPCA de novembro.
A desvalorização reflete o avanço da safra, que resultou em um aumento sazonal na oferta. Essa tendência deve continuar em dezembro, com possível impacto no preço do leite cru. Para 2024, o Cepea estima que a média de preços se estabilize em torno de R$ 2,60 por litro, valor cerca de 1% superior ao registrado em 2023, também em termos reais.
Dinâmica de Mercado em 2024
Embora a média anual de preços de 2024 esteja próxima à de 2023, os comportamentos ao longo dos anos foram distintos. Em 2024, o prolongamento da valorização do leite cru até o terceiro trimestre destacou-se, impulsionado por um crescimento lento na oferta e por estoques reduzidos de lácteos.
Fatores como estabilidade nos custos de produção e margens ligeiramente ampliadas para os produtores não foram suficientes para estimular significativamente a atividade. O clima extremo desempenhou papel negativo, especialmente entre o segundo e o terceiro trimestres. O consumo firme ao longo do ano e a redução dos estoques na entressafra prolongaram o movimento de alta, que foi revertido apenas em outubro, com a chegada das chuvas de primavera e a melhoria das pastagens.
Impactos nos Derivados e Projeções para 2025
A redução no preço do leite também influenciou os derivados lácteos. Em novembro, o preço do leite UHT no atacado paulista sofreu forte queda, enquanto a muçarela e o leite em pó registraram recuos mais moderados. Com estoques elevados, as importações de lácteos permaneceram estáveis, somando 209,5 milhões de litros (em equivalente leite), enquanto as exportações cresceram 5,8%, alcançando 4,8 milhões de litros.
Para 2025, o crescimento da produção deve se manter entre 2% e 2,5%, condicionado à recuperação do poder de compra dos pecuaristas e à estabilização dos custos de nutrição animal. Avanços mais expressivos dependerão de uma recuperação climática no primeiro trimestre, fator crucial para impulsionar a oferta.
Fonte: portaldoagronegocio