O maior produtor de café do mundo é o Brasil. As variedades de café arábica predominam nos cafezais brasileiros. Já as variedades de robusta são produzidas em menor proporção, principalmente no Espírito Santo, mas têm consquistado espaço em outras regiões do país. As variedades de arábica são conhecidas por resultar em uma bebida mais suave, com aroma e paladar mais complexos. Já os robustas são conhecidos por serem mais cafeinados e fortes, bastante usados nos blends das indústrias.
Além de ser destaque mundial na produção e exportação, o Brasil é referência no desenvolvimento de cultivares. Com isso, consegue obter mudas mais produtivas, adaptáveis e resistentes a pragas, e grãos que resultam em bebidas de características diversificadas. Segundo a Embrapa, apenas de café arábica, 140 cultivares no país, das quais 40 são amplamente cultivadas. Quais desses tipos mais chegam na mesa dos brasileiros? Conheça a seguir as 5 cultivares de café Arábica mais conhecidas no país.
Catuaí
Cultivar 100% brasileira. Foi desenvolvida em 1949 pelo geneticista Alcides de Carvalho, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), a partir do cruzamento das variedades novo Mundo e Caturra. O resultado é uma planta com boa capacidade de produção, resistente e de manejo facilitado. A cultivar é dividida em dois principais grupos: o catuaí amarelo e o catuaí vermelho. Na xícara, ambos resultam em um café leve, suave, com dulçor natural e acidez média. O amarelo é menos encorpado e pode apresentar notas de caramelo e banana. O vermelho tem corpo e sabor mais acentuados.
Catucaí
Originário do cruzamento natural das cultivares catuaí e Icatu. Também é subdivido em grãos amarelos e vermelhos. Após a torra e o preparo, a variedade resulta em uma bebida com características semelhantes às do catucaí: dulçor natural e acidez média. E apresenta notas cítricas e frutadas no paladar. Assim como seu “pai”, pode ser amarelo ou vermelho, sendo o primeiro o mais comum e utilizado.
Icatu
Cultivar híbrida, obtida através do cruzamento entre uma muda de robusta com uma de Bourbon Vermelho (arábica) pelo IAC em 1950. Sua principal característica buscada – e obtida – com o cruzamento foi uma maior resistência a doenças, como a ferrugem da folha. O resultado são plantas de maior porte, tanto em altura, vigor vegetativo e tamanho da copa. Resulta em uma bebida encorpada, com um forte e persistente aroma de amêndoas. No paladar, as notas são de chocolates e a acidez, mediana. Para obter esse resultado, recomenda-se que a moagem do grão seja feita no momento do preparo.
Mundo Novo
Grão resultado do cruzamento natural entre as variedades Sumatra e Bourbon Vermelho ocorrido no município de Tietê (SP). Sementes dessa cultivar foram posteriormente plantadas em Mundo Novo (SP), daí seu nome. Sua principal característica é a elevada produtividade aliada à uma capacidade de adaptação a diversas regiões. As plantas são vigorosas e de fácil colheita mecanizada. A bebida feita a partir de seu grão apresenta corpo e acidez médios, aroma intenso que remete ao caramelo e ao chocolate ao leite e sabor naturalmente adocicado. É uma das variedades preferidas de baristas, confeiteiros e bartenders.
Bourbon
De origem francesa, o grão de Bourbon Vermelho foi cultivado pelo rei Luís XIV na Ilha Bourbon, localizada a leste de Madagascar, na África. Chegou ao Brasil em 1959, onde se desdobrou também na variedade amarela. Atualmente, é amplamente produzido na região do Cerrado Mineiro, em minas gerais. Embora não seja uma das cultivares mais produtivos, resulta em um grão premium. O café feito com Bourbon apresenta corpo médio, baixa acidez, sabor suave e aroma intenso. Predominam notas de avelã e chocolate. E entre os dois tipos de grão, o amarelo é tem as características mais marcantes.