Foto:
Paulo Pires
A produção de trigo no Brasil registrou uma queda expressiva em 2024, atingindo 7,7 milhões de toneladas, segundo análises do setor privado. Este volume é inferior às 8,1 milhões de toneladas inicialmente previstas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No Rio Grande do Sul, maior produtor nacional, a colheita foi ajustada para 3,7 milhões de toneladas, abaixo das 4,1 milhões projetadas anteriormente.
Além da redução na oferta, a qualidade dos grãos colhidos tem gerado preocupação. Apesar disso, os preços não têm refletido a menor disponibilidade. De acordo com a Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA), o preço médio no Rio Grande do Sul encerrou a semana em R$ 65,27 por saco, enquanto no Paraná o valor chegou a R$ 72,00 em algumas regiões. Esses valores indicam retração em relação às expectativas, apesar de ligeiras altas quando comparados ao mesmo período de 2023, quando eram de R$ 63,00 e R$ 67,00, respectivamente.
O relatório da CEEMA aponta como fator adicional o impacto cambial, que dificulta as importações. “É surpreendente que os preços do trigo de qualidade superior não tenham subido significativamente, mesmo com a menor oferta e as pressões do câmbio”, destaca o documento.
O mercado segue com baixa liquidez, e os preços FOB atingiram os menores níveis desde abril e maio deste ano. Contudo, especialistas esperam uma recuperação gradual a partir de fevereiro e março de 2025, quando a oferta interna poderá reduzir ainda mais, estimulando a valorização dos preços.
Fonte: portaldoagronegocio