Na última sexta-feira, o Ministério da agricultura da França revisou suas previsões para a safra de trigo “soft” de 2024, indicando uma queda de 25% em relação ao volume do ano anterior. Esta redução posiciona a safra atual como uma das mais baixas dos últimos quatro décadas, afetando gravemente o maior produtor de grãos da união europeia.
O clima úmido persistente desde o outono tem causado atrasos significativos no plantio, prejudicado o desenvolvimento das plantas e intensificado o surgimento de doenças nas lavouras. Como resultado, as previsões de safra têm sido constantemente revisadas para baixo.
Em nota divulgada em 1º de agosto de 2024, o ministério informou que, devido às condições adversas e aos episódios de tempestade ocorridos em julho, a colheita de cereais está atrasada. “Os rendimentos foram ajustados para baixo em todas as culturas”, destacou o ministério.
A área plantada com trigo “soft” também foi excepcionalmente reduzida para 4,2 milhões de hectares, uma queda de 10,8% em comparação com 2023. Este cenário coloca 2024 entre as três menores safras de trigo soft dos últimos 40 anos, com uma previsão de produção que pode ser a mais baixa desde 1986. No entanto, as estimativas do ministério ainda superam as previsões de analistas franceses, que estimam a safra entre 25 e 26 milhões de toneladas.
A produção total de grãos na França está agora projetada para ser cerca de 10 milhões de toneladas menor do que a do ano passado, totalizando 54,8 milhões de toneladas para 2024.
Por outro lado, as condições desafiadoras para os grãos de inverno tiveram um impacto positivo em muitas culturas de primavera. O ministério divulgou uma previsão inicial de produção de milho em grão para este ano de 13,75 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 9% em relação aos 12,62 milhões de toneladas de 2023.
Quanto à cevada, a produção total estimada é de 10,4 milhões de toneladas, abaixo da previsão anterior de 11,3 milhões e 15% menor do que em 2023. A produção de cevada de inverno deve cair 26%, totalizando 7,2 milhões de toneladas, enquanto a cevada de primavera deverá aumentar 25%, alcançando 3,2 milhões de toneladas.
Fonte: portaldoagronegocio