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Paulo Pires
Em 2024, a produção de trigo no Brasil apresentou uma queda após quatro anos consecutivos de crescimento de área. A redução no cultivo foi impulsionada pelas desvalorizações observadas ao longo de 2023 e pelas perdas registradas nas lavouras, fatores que impactaram a rentabilidade e diminuíram o interesse dos produtores em ampliar a área plantada. No entanto, a produtividade teve uma recuperação parcial, mantendo a oferta em níveis similares aos de 2023, o que, juntamente com a demanda constante, resultou em maior necessidade de importação.
Segundo dados da Conab, a área destinada ao cultivo de trigo na safra 2024 foi 11,9% menor que na safra anterior, totalizando 3,061 milhões de hectares. Por outro lado, a produtividade aumentou em 13%, estimada em 2.634 kg/ha, levando a uma produção total de 8,064 milhões de toneladas, o que representa uma ligeira queda de 0,4% em relação a 2023.
No que diz respeito aos preços, o levantamento do Cepea mostrou uma ligeira queda no primeiro trimestre de 2024, seguida por uma recuperação no segundo trimestre. As valorizações externas, a alta do dólar e as preocupações com o cultivo de trigo no Sul do Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul, afetado por uma catástrofe climática, ajudaram a sustentar os preços. A escassez de oferta e a demanda aquecida levaram a um aumento nos preços médios em julho, mas as importações crescentes acabaram pressionando as cotações nos meses seguintes, tendência que se manteve até o final do ano.
A partir do terceiro trimestre, a colheita avançada e os estoques favoráveis nos moinhos intensificaram a pressão sobre os preços domésticos, criando um cenário de incertezas para o mercado de trigo no Brasil.
Fonte: portaldoagronegocio