Os produtores de tomate industrial no Brasil enfrentam mais um ano desafiador, conforme revela o recente levantamento realizado pela Tomate BR, associação que representa os processadores e usuários desse importante produto agrícola. O estudo aponta que as condições climáticas adversas, influenciadas pelo fenômeno El Niño, e o aumento da presença de pragas, como a mosca branca, deverão impactar significativamente a produtividade das lavouras, com expectativa de retorno aos níveis de 2022.
Revisão de Projeções e Expectativas
Segundo Vlamir Breternitz, diretor da Tomate BR, a área de cultivo deverá ultrapassar os 19 mil hectares, uma revisão em relação às projeções anteriores divulgadas pela associação no início deste ano, quando se esperava um aumento de 7% na área plantada. A produção estimada é de cerca de 1,7 milhão de toneladas, com números de colheita projetados para se aproximarem dos registrados em 2022, conforme indicam as últimas projeções da entidade.
Breternitz destaca que o ano de 2023 foi particularmente desafiador para o cultivo de tomates, com condições climáticas extremas. As altas temperaturas nos primeiros meses do ano facilitaram a disseminação de pragas, como a mosca branca, provenientes de culturas como a soja, causando danos significativos às lavouras.
Impactos Climáticos e Estratégias dos Produtores
Além disso, as chuvas intensas registradas em março deste ano dificultaram o transplante das mudas, atrasando o cronograma de plantio e reduzindo a área cultivada em algumas lavouras. O diretor da Tomate BR ressalta que muitos produtores perderam mudas ainda nos viveiros devido a esse atraso, enquanto outros reduziram a área de plantio para evitar períodos de risco climático mais elevado. Isso é especialmente relevante considerando a previsão da chegada do fenômeno climático La Niña no segundo semestre, caracterizado por fortes chuvas a partir de setembro nas regiões onde se concentram as principais lavouras do país.
Fonte: portaldoagronegocio