Em 2024, o Brasil celebra os 100 anos da primeira colheita comercial de soja, realizada em Santa Rosa, no Rio Grande do Sul, considerado o berço da cultura no país. Desde então, o cultivo de soja não parou de crescer e hoje se consolidou como o principal produto agrícola de exportação do Brasil. “Vivemos o fantástico ciclo econômico da soja no Brasil”, destaca Elmar Luiz Floss, engenheiro agrônomo e diretor do Instituto de Ciências Agronômicas de Passo Fundo.
A soja é a principal cultura produtora de grãos no Brasil, e na safra 2023/24, a área plantada atingiu 45 milhões de hectares, resultando em uma colheita de 147 milhões de toneladas. “As exportações de soja e seus derivados geraram US$ 126,793 bilhões em divisas, o equivalente a mais de R$ 760 bilhões pelo câmbio atual, injetando cerca de R$ 2,084 bilhões na economia brasileira a cada dia”, completa Floss.
Além de sua importância econômica, a soja destaca-se pelo alto valor nutritivo, com proteínas de qualidade biológica que se assemelham às da carne. “É uma cultura ecológica, pois sua alta produção contribui para a retirada de CO2 da atmosfera e a liberação de O2, além de aproveitar até 85% do nitrogênio que necessita, graças à fixação biológica em simbiose com bactérias”, ressalta o especialista.
A soja foi introduzida no Brasil em 1882, com fins de pesquisa, na Bahia, mas seu cultivo comercial teve início em 1923, quando o pastor luterano norte-americano Albert Lehembauer trouxe sementes de Missouri (EUA). Para a região de Santa Rosa, foram enviadas 160 sementes, das quais 50% foram distribuídas para quatro agricultores, marcando o começo da expansão da soja no Rio Grande do Sul e, posteriormente, em outros estados brasileiros.
Fonte: portaldoagronegocio