A produção de trigo na Rússia, reconhecida como o maior exportador mundial do grão, deverá enfrentar desafios em 2024-25 em decorrência de problemas climáticos, incluindo secas e geadas. De acordo com estimativas do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), a produção de trigo no país será de 83 milhões de toneladas. O Conselho Internacional de Grãos prevê um total de 81,8 milhões de toneladas, enquanto o IKAR estima 82,2 milhões. A SovEcon, por sua vez, revisou sua previsão para 82,9 milhões de toneladas, considerando altos rendimentos na região da Ásia russa. Independentemente das revisões, todos os especialistas concordam que a colheita será inferior às 91 milhões de toneladas registradas no ano anterior.
Os fenômenos climáticos, como geadas na parte europeia da Rússia — especialmente nas regiões de Lipetsk, Voronezh, Tambov e Volgograd —, além da seca que comprometeu a umidade do solo, impactaram negativamente as culturas de trigo de inverno e de primavera. O governo russo projeta que a produção total de grãos atinja 132 milhões de toneladas, cifra que representa uma queda em relação às 145 milhões de toneladas colhidas em 2023. Apesar das dificuldades, a Rússia mantém exportações expressivas, alcançando um recorde de 60 milhões de toneladas de grãos no ciclo 2023-24.
Além do trigo, a Rússia também cultiva cevada, milho e oleaginosas. Para a safra 2024-25, a produção de milho é estimada em 13,3 milhões de toneladas, uma redução em relação às 16,6 milhões do ano anterior, refletindo uma diminuição de 13% no rendimento por hectare. A produção de cevada deve somar 18,3 milhões de toneladas, uma queda de 9% em comparação com o ciclo anterior. Já a produção total de oleaginosas permanece estável em 30 milhões de toneladas, embora a colheita de sementes de girassol tenha sofrido uma queda de 4%.
Além disso, a Rússia continua a expandir suas exportações de farinha, que atingiram 830 mil toneladas nos primeiros oito meses de 2024, um aumento em relação ao ano anterior. O Afeganistão se destaca como o principal comprador, seguido pela China e pelo Iraque. A expectativa é que o volume de exportação chegue a 1,7 milhão de toneladas até 2030.
Fonte: portaldoagronegocio