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Agronegócio

Prejuízo logístico de R$ 11,9 milhões: Exportadores de café sofrem impacto em novembro

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Diego Vargas

Em novembro de 2024, os exportadores brasileiros de café enfrentaram prejuízos logísticos de R$ 11,93 milhões devido ao não embarque de 1,615 milhão de sacas de café, acumuladas nos portos brasileiros. De acordo com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o valor refere-se a gastos adicionais com armazenagens, detentions, pré-stacking e antecipação de gates, resultantes de atrasos e alterações nas escalas dos navios destinados à exportação.

Esse montante reflete uma perda significativa para a economia brasileira, pois o não embarque do café implicou na redução da receita cambial do país, com uma estimativa de US$ 469,53 milhões (equivalente a R$ 2,73 bilhões) que deixaram de ser gerados no período de janeiro a novembro de 2024.

Gargalos logísticos afetam exportações e apontam falhas na infraestrutura

Os constantes problemas logísticos nos portos do Brasil, incluindo a falta de infraestrutura para cargas conteinerizadas e o aumento das exportações de outros produtos, têm prejudicado os exportadores de café. Eduardo Heron, diretor técnico do Cecafé, destaca que a capacidade dos portos brasileiros não tem acompanhado o crescimento do agronegócio nacional. A escassez de espaço nos pátios, a inadequação das rodovias, ferrovias e hidrovias, além da falta de profundidade nos portos, são pontos críticos que demandam investimentos urgentes para garantir a competitividade do setor.

Heron enfatiza que, embora o Brasil tenha atingido recordes de exportação de café, com 46,4 milhões de sacas embarcadas até novembro de 2024, a infraestrutura portuária deficiente tem gerado prejuízos que poderiam ser evitados. Ele observa que, caso o país possuísse uma estrutura portuária adequada, o volume exportado poderia ser ainda maior, gerando mais divisas e beneficiando a economia.

Atrasos nos principais portos e alternativas para contornar dificuldades

De acordo com o Boletim Detention Zero (DTZ), elaborado pela startup ElloX Digital, 66% dos navios, ou 200 dos 304 porta-contêineres, sofreram atrasos ou alterações nas escalas nos principais portos do Brasil durante o mês de novembro. O Porto de Santos, o maior do país, registrou atrasos de até 68 dias, com 46 navios não tendo sequer acesso ao cais. O Porto do Rio de Janeiro, segundo maior exportador de café, teve 61% dos navios com atrasos, afetando também o andamento das exportações.

Apesar desse cenário desafiador, Heron destaca a resiliência dos exportadores brasileiros, que têm buscado alternativas, como o método break bulk, no qual o café é embarcado em big bags nos porões dos navios, para mitigar os efeitos negativos desses gargalos logísticos.

Desafios e perspectivas para a infraestrutura portuária

O Cecafé tem se empenhado em diálogo com autoridades públicas e privadas para buscar soluções que reduzam os impactos logísticos sobre as exportações e otimizem a infraestrutura portuária. Heron expressa otimismo com o leilão do Tecon Santos 10 e os investimentos previstos pela Autoridade Portuária de Santos (APS) para melhorar a capacidade do porto. No entanto, ele ressalta que ainda há muito a ser feito para atender à demanda crescente do agronegócio.

O diretor técnico do Cecafé conclui destacando a importância da colaboração entre os diversos setores para resolver os problemas estruturais e melhorar a competitividade do Brasil no comércio internacional, especialmente nas exportações de café.

Fonte: portaldoagronegocio

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