Em julho, os preços mundiais do arroz diminuíram em média 2%, principalmente devido à forte contração dos preços tailandeses e paquistaneses, de 5% a 7% em relação a junho. A demanda de importação tende a mitigar-se, especialmente na África onde os importadores procuram arroz barato. No Vietnã, os preços caíram apenas 1% sob um mercado externo bastante dinâmico. Por outro lado, os preços indianos se recuperaram em 1% em função de uma forte demanda externa. Além disso, há preocupações com as disponibilidades futuras da Índia devido às condições climáticas extremas. No entanto, os preços indianos continuam sendo os mais competitivos do mercado.
No hemisfério ocidental, os preços mostram tendências mistas. Na Argentina e no Uruguai, os preços de exportação permanecem firmes, estimulados pela demanda regional de importação. Em contraste, os preços brasileiros desceram por causa da queda do real em relação ao dólar. Nos Estados Unidos, os preços também estivam em queda. No início de agosto, os mercados asiáticos apontam contrastes. Os preços tailandeses e indianos tendem a se recuperar, enquanto no Paquistão, os preços começaram a cair devido à chegada da nova safra.
Em julho, o índice OSIRIZ/Infoarroz (IPO) caiu 3,7 pontos para 192,0 pontos (base 100=janeiro de 2000) contra 195,7 pontos em junho. No início de agosto, o índice IPO ainda tendia a descer para 190 pontos. Esta tendência deve continuar nos próximos meses, mas deveria limitada por causa dos altos custos de produção após o aumento dos preços de fertilizantes e combustíveis.
Produção mundial
As últimas estimativas da FAO mostram um aumento na produção mundial do arroz em 2021de 1,1% para 786,9 Mt (522,5 Mt base beneficiado) contra 778,6 Mt em 2020. Na Ásia, a produção aumentou 2% principalmente graças à safra recorde na Índia, atingindo um volume de 192 Mt (127,4 Mt base beneficiando). Na China, a produção também melhorou, mas apenas 0,4%. Na Tailândia, as colheitas aumentaram significativamente em 10%. Em contraste, a produção dos Estados Unidos caiu 15% em 2021, como resultado da redução da área de arroz, e voltando a cair 5% em 2022. No Mercosul, após um aumento em 2021, a produção teria diminuído 8% em 2022, retornando ao seu nível de 2020. Na África subsaariana, a produção de arroz foi novamente perturbada pelas más condições climáticas, principalmente na África Ocidental. Em 2022, a produção mundial poderia cair 0,4% devido à estagnação da produção chinesa e indiana, e à contração da produção vietnamita, tailandesa e paquistanesa.
Comércio e estoques mundiais
Em 2021, o comércio mundial do arroz aumentou significativamente em 13% para 51,5 Mt contra 45,6 Mt em 2020. É o maior aumento desde 2017. As necessidades de importação aumentaram 10% no sul da Ásia, principalmente com o retorno de Bangladesh ao mercado de importação. As importações chinesas também aumentaram, bem como na África subsaariana, onde se observou um forte crescimento das importações, especialmente na Nigéria com a reabertura de suas fronteiras terrestres no final de 2020. Em 2021, a Índia atingiu um nível recorde de exportações para 21,4 Mt, já 48% superior ao seu recorde anterior em 2020 e respondendo por 42% do comércio mundial. A Tailândia, apesar de um aumento significativo nas vendas externas durante o segundo semestre de 2021, permaneceu na terceira posição, atrás do Vietnã, cujas vendas aumentaram em 5,5%. Em 2022, as projeções indicam um aumento adicional no comércio mundial de 3,7% para 53,4 Mt.
Espera-se que a Índia mantenha sua liderança global com uma previsão de 20 Mt em 2022, enquanto a Tailândia pretende recuperar o segundo lugar com 8 Mt contra 6 Mt para o Vietnã. Os estoques mundiais de arroz no final de 2021 aumentaram 2,8% para 191,6 Mt, contra 186,4 Mt em 2020. Isto representa 37% das necessidades mundiais e está acima da média dos últimos cinco anos. Este aumento deve-se principalmente ao aumento dos estoques indianos graças às boas colheitas em 2021. Por outro lado, os estoques chineses marcaram uma queda de 0,5%, podendo cair novamente em 2022. No entanto, as reservas ficam significativas, equivalentes a 70% do consumo anual e 50% dos estoques mundiais. Nos países exportadores, os estoques aumentaram 5% a 55 Mt, equivalentes a 30% dos estoques mundiais. Em 2022, os reservas mundiais poderiam aumentar em 0,6% para 192,7 Mt.