Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento, o dólar mais fraco derruba a paridade de exportação e, com o excesso de oferta no Rio Grande do Sul, os preços domésticos recuam.
“Os reportes de negócios seguem lentos. Isso ocorre porque os moinhos estão abastecidos e o produtor – que vem concentrando as atenções nas lavouras de verão – segue reticente em aceitar os preços ofertados”, disse.
A base de compra no Paraná fechou o mês passado entre R$ 1.675 e R$ 1.690 a tonelada, o que corresponde a uma queda mensal de 0,8%. Os vendedores seguram as pedidas acima de R$ 1.800 a tonelada. No mercado gaúcho o recuo em janeiro foi de 1,2%, com compradores indicando interesse entre R$ 1.460 e R$ 1.470 a tonelada. Os vendedores indicam entre 1.550 e R$ 1.560 a tonelada.
“Olhando para as principais variáveis externas de formação de preços, o trigo russo segue em queda e pressiona as cotações nas demais origens”, apontou o analista. Na Bolsa de Chicago, o trigo soft norte-americano fechou janeiro com queda de quase 4%. Em Kansas, apesar da recuperação na última semana, o contrato spot de trigo hard fechou o mês com queda de quase 1%. Na Argentina, apesar da quebra de quase 50% da produção, as cotações sentiram os efeitos do ingresso de safra e recuam mais de 4% no mês.
Conforme Bento, a tendência é de que no mês de fevereiro as cotações sigam pressionadas nas principais praças de comercialização do país. A dificuldade de competir no mercado internacional e o grande excedente de produção em relação ao consumo gaúcho corroboram essa percepção. “Além disso, com a colheita da safra de verão, é possível que haja alguma pressão de venda, a qual encontrará moinhos abastecidos”, finalizou.
Fonte: portaldoagronegocio