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Agronegócio

Preços do Trigo e Volatilidade: Expectativas para a Entressafra e Mercado Global em 2025

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Os preços do trigo no Brasil encerraram 2024 com movimentos distintos entre os estados: alta no Paraná devido à quebra de safra, queda no Rio Grande do Sul graças ao aumento da produção, e volatilidade na média do Centro-Sul. Já em estados onde o clima adverso prejudicou a colheita, os preços dispararam.

Segundo Elcio Bento, analista da Safras & Mercado, a oferta interna no primeiro semestre de 2025 será composta majoritariamente pela safra de 2024. Além da produção doméstica, dois fatores influenciam os preços: os valores internacionais e a taxa de câmbio (R$/US$).

A safra atual, encerrando-se em julho de 2025, iniciou com estoques baixos (609 mil toneladas, queda de 1,08 milhão de toneladas em relação ao ciclo anterior) e registrou um recuo de 10,4% na produção nacional. A importação será o único componente da oferta com crescimento, estimado em 6,8 milhões de toneladas, mas insuficiente para evitar uma redução de 813 mil toneladas na disponibilidade total.

Ajustes no Mercado Interno e Projeções de Consumo

Para equilibrar os estoques reduzidos, será necessário um ajuste na demanda. Apesar da estabilidade no consumo geral, a moagem pode crescer 159 mil toneladas, com outros usos, como ração e sementes, aumentando 211 mil toneladas. Assim, a solução será a redução nas exportações, previstas para cair de 2,8 milhões para 1,2 milhão de toneladas.

O futuro da safra 2025 ainda é incerto, com o plantio iniciando em março e colheita a partir de julho no Cerrado e setembro no Sul. A competitividade com o milho e a evolução dos preços do trigo serão determinantes para a área plantada.

Mercado Internacional: Geopolítica e Clima Impactam Preços

No cenário global, fatores como conflitos geopolíticos, restrições de exportação e variações climáticas influenciaram a oferta e os preços do trigo em 2024. Medidas como cotas de exportação pela Rússia e a redução da safra na União Europeia abriram espaço para outros fornecedores, enquanto estoques elevados nos EUA e aumento de produção no Cazaquistão e na Austrália equilibraram parcialmente o mercado.

No Brasil, os preços internos seguem de perto os movimentos globais devido à dependência de importações. A forte presença da Argentina como principal fornecedor pode mitigar parte da pressão de alta nos custos.

Influência do Câmbio na Formação de Preços

A taxa de câmbio é um elemento essencial na competitividade do trigo brasileiro, influenciando os custos de importação e a atratividade do produto nacional no mercado externo. A volatilidade cambial dificulta a previsibilidade de custos, levando agentes da cadeia produtiva a adotarem maior cautela nas negociações.

Para o período de entressafra, entre março e junho, a expectativa é de alta nas cotações, o que pode estimular o plantio da nova safra. Contudo, a intensidade desse movimento dependerá da interação entre os fatores globais e locais.

Fonte: portaldoagronegocio

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