Enquanto produtores se mantiveram inflexíveis em suas pedidas, acreditando que uma quebra de safra pudesse elevar os preços, a indústria fez compras pontuais, esperando a retração das cotações com a pressão de oferta. O movimento é comum neste período da entressafra.
A tendência, conforme o analista, é de que as pontas se aproximem com o ingresso da safra. “O produtor deve perder disputa pela formação de preços, cedendo a cotações mais baixas”, disse.
Os preços domésticos do trigo encerraram o mês de agosto com uma queda média de 7,5% nas regiões de produção do Brasil. No Paraná, a queda mensal chegou a 7,8%. Em 2022 acumula elevação de 6,7% e em relação ao mesmo momento do ano passado a elevação é de 16,8%.
No mercado gaúcho, a retração mensal foi de 4,4%, enquanto em 2022 a alta é de 15,8% e quando comparado ao final de agosto de 2021 os ganhos chegam a 26,9%.
O analista explica que a queda mais acentuada no Paraná neste mês é justificada pela iminência de um ingresso mais acentuado de grãos da safra nova, que no caso do Rio Grande do Sul ocorre apenas em meados de outubro. “A alta mais acentuada no Rio Grande do Sul quando comparado ao início de 2022 e ao final de agosto do ano passado pode ser explicada pelos grandes volumes exportados e, consequentemente, por um quadro de abastecimento mais ajustado”, disse.
Segundo ele, em setembro, a pressão sobre as cotações do cereal no Brasil deve continuar, especialmente se a safra for se consolidando em um número próximo a 10,5 milhões de toneladas. “Quando o mercado começar a receber lotes da safra nova é provável que aqueles moinhos que têm necessidade de recompor estoques retornem às compras. Além da confirmação da safra, essa projeção depende do comportamento dos preços internacionais e do câmbio”. analisou.