A seca que afeta o Sul do Brasil e partes da Argentina tem gerado impacto direto nos preços do milho, que fecharam em alta tanto na Bolsa de Mercadorias de São Paulo (B3) quanto na Bolsa de Chicago. Segundo informações da TF Agroeconômica, a falta de chuvas nas principais regiões produtoras do cereal contribui para o aumento das cotações. A escassez hídrica tem gerado estresse nas lavouras, influenciando diretamente os preços tanto no mercado interno quanto no externo.
Cenário de Estresse Hídrico e Expectativas de Aumento na Produção
O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) apontou que o movimento de alta nas cotações do milho no segundo semestre de 2024 nas principais regiões do Brasil pode incentivar um aumento na semeadura da segunda safra de 2025. O cultivo antecipado das lavouras de soja abre a expectativa de que a segunda safra de milho seja plantada dentro do período ideal. As projeções indicam uma produção maior e um consumo doméstico recorde, especialmente por parte do setor de proteína animal e da crescente indústria de etanol de milho no Brasil. Entretanto, um possível equilíbrio entre oferta e demanda pode ocorrer com a redução nas exportações, uma vez que o excedente doméstico pode ser menor.
Alta nas Cotações Futuras do Milho
As cotações futuras do milho encerraram o dia em alta. O vencimento de janeiro/25 foi de R$ 73,90, com alta de R$ 1,17 no dia e de R$ 0,61 na semana. O contrato para março/25 fechou a R$ 74,49, marcando alta de R$ 1,77 no dia e de R$ 1,54 na semana. Já o vencimento para maio/25 foi de R$ 73,19, com alta de R$ 1,08 no dia e de R$ 1,31 na semana.
Mercado Global: Alta em Chicago e Expectativa de Precipitação
Na Bolsa de Chicago, o milho também registrou alta, com a necessidade de chuvas no Sul do Brasil e na Argentina como principal fator. O contrato de março, referência para a safra de verão, fechou em alta de 1,55%, ou US$ 7,00 cents por bushel, a US$ 457,75. O contrato para maio também subiu 1,53%, ou US$ 7,00 cents por bushel, fechando a US$ 465,25.
O mercado global se recuperou parcialmente das perdas observadas na sexta-feira anterior, atingindo o maior patamar desde junho de 2024. Além das compras técnicas que impulsionaram os preços, a falta de chuva nas regiões do Sul do Brasil tem afetado negativamente a cultura da soja e pode atrasar o plantio da segunda safra de milho. Este cenário climático continua a exercer pressão sobre os preços do milho nas principais bolsas de commodities.
Fonte: portaldoagronegocio