Demonstrando, entre janeiro e junho de 2023 e comparativamente a idêntico período anterior, o preço dos cereais (aqui inclusas as matérias-primas da produção animal) recuou perto de 15% e o dos óleos e gorduras vegetais (também matéria-prima do setor) caiu mais de 40%. Já o recuo das carnes não chegou a 3,5%.
Quase a mesma situação se repete ao tomar-se como base da comparação os valores máximos (registrados no ano passado) já atingidos por esses três itens. O preço dos cereais retrocedeu mais de 20% e o dos óleos vegetais caiu quase à metade (-48,9%). Mas a queda de preço das carnes ficou em apenas 8,5%.
Tais desempenhos podem levar à conclusão de que nesse episódio de altas e baixas (algumas extremas) as carnes saíram beneficiadas. Falsa impressão, entretanto. Pois se as carnes caíram menos é porque seus preços também subiram menos.
Para comprovar, tome-se o índice 100 adotado para todos os alimentos como base de preços da FAO para o triênio 2014/2016. Os cereais chegaram a seu ápice, em maio de 2022, valendo 73,5% mais; dois meses antes, em março de 2022, os óleos vegetais já haviam alcançado valor quase 152% maior que no triênio 2014/16.
Frente a esses índices, a valorização obtida pelas carnes foi, sem dúvida, moderada. Pois o valor máximo por elas atingido (junho/22) correspondeu a aumento de pouco mais de 25%, quase um terço menos que o dos cereais e perto de um sexto menos que o dos óleos vegetais.
Fonte: portaldoagronegocio