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Agronegócio

Possível Guerra Comercial EUA-China Pode Impactar Preço da Soja Norte-Americana

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Os preços da soja nos Estados Unidos podem cair para menos de 9 dólares por bushel, um valor inferior ao custo de produção dos agricultores e o menor desde 2020, caso as ameaças de tarifas do presidente eleito Donald Trump resultem em uma nova guerra comercial com a China. A advertência foi feita por analistas do Rabobank em relatório interno, divulgado nesta segunda-feira (06).

Impactos no mercado global e na competitividade do Brasil

Segundo os analistas, a reimposição de tarifas comerciais poderia permitir ao Brasil ampliar ainda mais sua participação nas importações de soja pela China, que poderia chegar a até 80% das necessidades totais do país asiático. A China, maior comprador de soja do mundo, depende principalmente dos Estados Unidos e do Brasil para suas importações. Em 2023-2024, cerca de 74% da soja importada pela China veio do Brasil.

A possibilidade de novas tarifas levanta a preocupação de que a China possa retaliar com tarifas próprias, especialmente sobre produtos agrícolas como a soja. A última guerra comercial, que começou em 2018 com tarifas impostas por Trump, teve efeitos significativos nesse mercado.

Efeitos negativos para os agricultores norte-americanos

Uma nova guerra comercial seria um golpe duro para os agricultores dos EUA, que já enfrentam uma queda de quase 23% na renda líquida agrícola desde 2022, de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA. Atualmente, os preços de referência da soja e de outras culturas, como o milho, estão próximos das mínimas em quatro anos, devido a uma oferta global ampla, incluindo grandes expectativas de safra no Brasil. Na segunda-feira (06), os futuros da soja nos EUA estavam em torno de 9,98 dólares por bushel.

Em resposta a essa instabilidade, os agricultores norte-americanos poderiam reduzir a área plantada de soja em até 5 milhões de acres nesta primavera, o que afetaria a matéria-prima necessária para os fornecedores de biocombustíveis do país, conforme previsto pelos analistas.

Mudança na dependência da China em relação aos EUA

A dependência da China em relação às importações dos EUA diminuiu desde o primeiro mandato de Trump, principalmente devido ao aumento das importações de soja do Brasil, ao fortalecimento das reservas estatais de soja da China e à adaptação das rações de alimentação animal para reduzir a dependência da soja importada.

Os analistas do Rabobank afirmam que esses fatores podem criar um cenário em que a soja dos EUA seja completamente excluída do mercado chinês em um possível novo conflito comercial, com consequências significativas para a indústria agrícola norte-americana.

Fonte: portaldoagronegocio

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