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Agronegócio

Pesquisas inéditas comprovam eficiência das descargas elétricas no controle de nematoides

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Pesquisas inéditas comprovam eficiência das descargas elétricas no controle de nematoides

A multinacional Zasso AG acaba de comprovar, por meio de pesquisas, a eficiência das descargas elétricas no controle de nematoides na cultura da soja e cana-de-açúcar. As informações dos trabalhos encomendados pela companhia ao Instituto Biológico de São Paulo (IB) e Funep – (Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino e Extensão) foram apresentadas oficialmente no 37º Congresso Brasileiro de Nematologia, encerrado ontem em Ribeirão Preto/SP.  Os dados sinalizam uma nova opção de ferramenta para solucionar um problema que causa dor de cabeça ao produtor rural e profissionais do setor há muitos anos e que gera prejuízos bilionários ao agronegócio mundial.

Os nematoides são vermes que parasitam as raízes de plantas em todo o mundo. Sendo também porta de entrada para fungos de solo, causando prejuízos como a diminuição no porte, o amarelecimento, a menor absorção de água e nutrientes, afetando fortemente a produtividade, além de prejudicar as culturas seguintes das áreas. As armas até agora disponíveis no mercado são os nematicidas, biológicos ou químicos, e adoções no manejo desses parasitas. O uso das descargas elétricas chega então como uma nova opção para enfrentar este cenário.

O IB analisou a eficiência da descarga elétrica no controle do nematoide das galhas radiculares (Meloidogyne incognita) na soja e Pratylenchus zeae e Meloidogyne javanica na cana de açúcar. Segundo o engenheiro agrônomo e diretor comercial da Zasso AG, Emílio Garnham, os experimentos foram desenvolvidos em condições controladas, avaliando-se o número de nematoides ativos (vivos) extraídos do sistema radicular das plantas, após os tratamentos com diferentes tempos de exposição das descargas elétricas, entre 2020 e 2021.

Na soja, o tratamento com descarga elétrica ocorreu 60 dias após a semeadura e a inoculação visando o controle de Meloidogyne incógnita. Os resultados foram muito positivos, todas as descargas elétricas testadas reduziram significativamente a população final dos nematoides nas raízes de soja em relação à testemunha. “Destaque para as parcelas que receberam o tratamento com 4 segundos de exposição, pois apresentaram estimativa de redução populacional de 90%”, conta o diretor.

Já na cana-de-açúcar, a pesquisa ocorreu com a aplicação elétrica 40 dias após o transplante e inoculação. Neste ensaio, a descarga elétrica reduziu significativamente a população de Pratylenchus zeae e juvenis de Meloidogyne javanica, presentes nas raízes em relação à testemunha. “Neste caso, a redução populacional de zeae foi de 88% e de javanica de 83%”, explica Garnham.

Nos dois experimentos, as descargas foram aplicadas com o equipamento (protótipo) desenvolvido pela Zasso AG. E em ambos os casos, as plantas que receberam os tratamentos, secaram progressivamente, até sua morte.

É válido destacar que esses estudos com a descarga elétrica foram feitos exclusivos para o controle de nematoides e os parâmetros utilizados diferem de uma aplicação de capina elétrica para eliminar as plantas daninhas, que neste caso, sim, não interfere na microbiota do solo.

Mais pesquisa de peso

Além do IB, a Unesp também testou a tecnologia da Zasso AG em plantas de soja no controle de nematoides. Os experimentos foram conduzidos em 2021 com aplicações das doses de eletrocussão na Fazenda Cachoeirinha, em Guaíra/SP. Um dia após, foram coletadas as plantas e solo para verificar o efeito sobre as populações de nematoides encontradas. Em um desses ensaios, com inóculo proveniente do solo da rizosfera das plantas eletrocutadas no campo, os tratamentos com descarga elétrica diminuíram o número de M. javanica e M. incognita nas raízes, com médias entre 48,3 e 98,6% de controle.

Também foi avaliada a diminuição na população de Heterodera glycines nas raízes e ainda de cistos viáveis no solo. “No geral, houve redução na população de todas as espécies de nematoides (M. javanica, M. incognita, H. glycines e P. brachyurus) no solo e também semelhante nas raízes”, completa o engenheiro agrônomo.

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