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Agronegócio

Perspectivas do Mercado de Arroz: Estabilidade de Preços e Impactos do Câmbio

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Em agosto, os preços globais do registraram uma nova queda, de 1,5% em média. No entanto, o mercado brasileiro apresenta uma realidade diferente, com preços ao produtor permanecendo estáveis. A Consultoria Agro do Itaú BBA, em seu relatório Agro Mensal de setembro, destaca que, mesmo com recordes de importação, o setor nacional de arroz enfrenta um cenário de cotações sustentadas devido a dúvidas sobre a oferta doméstica e uma demanda local firme.

De acordo com o Infoarroz, a redução nos preços internacionais começou em junho e continua, impulsionada por uma demanda fraca de importação. Operadores esperam que a Índia alivie as restrições à exportação de arroz branco não-basmati, embora o governo indiano, sob pressão, ainda mantenha as medidas restritivas.

No mercado interno, o CEPEA relatou que o preço médio do arroz em casca no foi de R$ 117,3 por saca de 50 kg em agosto, uma alta de 2,0% em relação a julho. A falta de ímpeto nas vendas do produtor tem limitado as ofertas, mantendo as cotações firmes. Por outro lado, as fortes importações, incluindo 67 mil toneladas da Tailândia em julho, têm mantido o mercado abastecido e pressionado as margens da indústria doméstica. Em São Paulo, a média de comercialização foi de R$ 166 por fardo de 30 kg, uma redução de 2,4% em comparação com o mês anterior.

A produção brasileira de arroz para a 2023/24 está estimada em 10,6 milhões de toneladas, um aumento de 5,5% em relação à temporada anterior. As importações acumuladas de 2024, até julho, totalizam 820 mil toneladas, um aumento de 17% em relação ao mesmo período do ano anterior. Apesar do aumento do consumo local, os estoques finais devem permanecer relativamente estáveis para a safra 2023/24, após duas safras de queda.

O USDA revisou sua previsão para a produção mundial de arroz em 2024/25, ajustando-a para 527,3 milhões de toneladas, uma redução de 400 mil toneladas em relação à estimativa anterior. As principais nações produtoras incluem China (146 milhões de toneladas), Índia (139 milhões de toneladas), Indonésia (34 milhões de toneladas), Vietnã (26,5 milhões de toneladas) e Tailândia (20,1 milhões de toneladas). A safra brasileira está estimada em 7,5 milhões de toneladas de arroz beneficiado, enquanto o consumo global deverá atingir 527,5 milhões de toneladas. Os estoques finais globais foram projetados em 177,2 milhões de toneladas, ligeiramente abaixo dos 177,4 milhões do relatório anterior.

Os preços internos do arroz permanecem relativamente estáveis, embora com um viés de alta devido à retenção de oferta pelos produtores, que estão bem capitalizados. A menor oferta no mercado tem dificultado a reposição dos estoques pelas indústrias, que também enfrentam resistência ao repassar os aumentos de custo para o consumidor final, refletindo a sensibilidade do .

O início de setembro foi marcado por pouca chuva em várias regiões produtoras, e a previsão para outubro também é de irregularidade. Espera-se que a estação chuvosa se estabilize em novembro, o que pode melhorar o quadro de oferta e demanda. No entanto, a disponibilidade do cereal deve aumentar de forma significativa apenas após a colheita da safra 2024/25, prevista para fevereiro de 2025. Enquanto isso, os atuais níveis de câmbio e os preços internacionais firmes devem garantir um piso elevado para os preços domésticos, evitando quedas significativas até lá.

Fonte: portaldoagronegocio

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