A Consultoria Agro do Itaú BBA divulgou seu relatório Agro Mensal de julho de 2024, oferecendo uma visão abrangente sobre o mercado do boi. Após um período de queda, o boi gordo iniciou uma recuperação em junho, indicando uma redução na pressão de oferta sazonal. A demanda robusta por exportações também contribuiu para absorver o aumento na produção, mantendo os spreads da indústria fortalecidos tanto no mercado interno quanto externo.
Movimentações no Mercado e Perspectivas Futuras
O preço do boi gordo em São Paulo registrou uma média de R$ 221/@ em junho, marcando uma queda de 2,7% em relação ao mês anterior. Contudo, o mercado reagiu positivamente na segunda metade do mês, fechando próximo a R$ 225/@. Os preços da carne no atacado acompanharam essa tendência, mantendo os frigoríficos com spreads elevados no mercado doméstico.
O indicador do bezerro em Mato Grosso do Sul também sofreu impacto da baixa nos preços do boi nos últimos meses, com uma redução de R$ 1/kg entre maio e junho. Desde o final do ano passado, o boi gordo e o bezerro desvalorizaram 11,2% e 6,7%, respectivamente, resultando em uma piora na relação de troca para a reposição. No entanto, os preços atuais do bezerro representam uma oportunidade para os compradores, com perspectivas de recuperação gradual conforme o ciclo pecuário se inverte.
Produção e Exportações em Foco
Do lado da oferta, os dados do INDEA revelaram um aumento significativo nos abates em Mato Grosso, com 627 mil cabeças processadas em maio, um crescimento de 40% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse aumento na produção tem sido acompanhado por uma demanda crescente e sólida por exportações. No primeiro semestre de 2024, os embarques aumentaram 29% em comparação ao mesmo período do ano anterior, apesar de uma leve redução em junho em relação aos meses anteriores.
Os preços de exportação da carne bovina têm se mantido estáveis em torno de USD 4.500/t há quase um ano, compensando a queda do boi gordo em dólares (-7,4% em junho de 2024 em relação a maio de 2024). Como resultado, estima-se que o spread das exportações tenha aumentado de 18% para 26% em junho.
Perspectivas Futuras e Gestão de Riscos
Para os próximos meses, espera-se que a oferta de gado terminado seja impulsionada pelos confinamentos, uma vez que a temporada de seca comprometeu a qualidade dos pastos. Os contratos futuros indicam uma oportunidade favorável, especialmente para entregas a partir de outubro, com margens projetadas para os confinamentos ainda atrativas. A gestão de riscos nesse contexto se torna crucial, com a necessidade de instrumentos que garantam o preço do animal diante de possíveis mudanças de mercado.
No mercado interno, a disponibilidade elevada de carne tem mantido os preços ao consumidor final mais estáveis, estimulando a demanda. Nas exportações, apesar dos desafios, especialmente na China, o mercado de carne bovina brasileira continua robusto, representando um pilar importante para o setor pecuário nacional.
Fonte: portaldoagronegocio
