A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Sistema Faesc/Senar-SC levantaram os custos da produção do segmento de piscicultura (produtores de peixes), nesta segunda-feira (12), durante painel virtual em Massaranduba. A iniciativa integra o Projeto Campo Futuro, que analisa as informações obtidas a partir da realidade produtiva apresentada pelos produtores.
O Campo Futuro é um projeto de gestão de custos e riscos voltado para produtores rurais, com propósito de levantar os custos de produção nas propriedades e utilizar as informações como subsídios para o pleito de políticas públicas em prol da produção de alimentos. Este é o 15º ano de execução do projeto.
O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, frisa a importância da iniciativa no segmento de piscicultura ao destacar que os dados levantados são fundamentais para as melhores tomadas de decisões em relação aos negócios. “Massaranduba está entre os principais produtores de peixes de água doce do Estado e a promoção do painel com foco nesse segmento traz importantes impactos para fortalecer a atividade. Teremos informações valiosas para planejarmos ações adequadas que atendam às necessidades do município e região”.
O vice-presidente da Faesc, Enori Barbieri, conduziu a abertura do evento e também reconheceu a importância do segmento que é referência em produtividade no Estado. “Sabemos o quanto os produtores investem em tecnologias e nas melhores técnicas de produção e temos a certeza de que os resultados desse painel serão fundamentais para a adoção de estratégias que ajudem a minimizar custos de produção e auxiliem no desenvolvimento dessa atividade que tem grande importância social e econômica para a região e para o Estado”.
O painel foi conduzido pelos assessores técnicos da CNA Thiago Rodrigues e Danyella Bonfim. De acordo com Thiago, do ponto de vista gerencial, o que o Projeto Campo Futuro conseguiu levantar junto aos piscicultores da região de Massaranduba/SC reflete os desafios em termos de custos de produção que a atividade enfrenta. “Apesar do alto gasto com ração, que representou 84% do custo operacional efetivo, a criação de Tilápia na região se mostrou um negócio atrativo financeiramente, principalmente pelo modelo produtivo onde o próprio produtor conduz todas as atividades laborais. Também demonstrou ser uma atividade promissora graças aos bons indicadores técnicos, como a conversão alimentar de 1,5 kg de ração/kg de peixe e a sobrevivência média dos animais ao longo do ciclo produtivo de 80%”.
Para participar e acompanhar o painel virtual, os produtores estiveram reunidos em Massaranduba, juntamente com representantes do Sindicato Rural do município, técnicos, representantes da Cooperativa Juriti e representantes do Senar/SC na região.
CAMPO FUTURO NO PAÍS
Ao todo, o Campo Futuro será executado em 145 municípios, distribuídos em 21 estados brasileiros. A iniciativa conta com o apoio das Federações de Agricultura e Sindicatos Rurais, além da participação dos produtores rurais. Os dados oriundos das 11 atividades agropecuárias pesquisadas contribuirão para a identificação de estratégias de comercialização, formação de custos de produção e avaliação do nível tecnológico das atividades desenvolvidas nas principais regiões produtoras do Brasil.
São parceiros do Sistema CNA/Senar na realização do Projeto Campo Futuro, para diferentes cadeias produtivas, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o Centro de Inteligência de Mercados da Universidade Federal de Lavras (CIM/UFLA), o Pecege (Esalq/USP) e o Labor Rural (Universidade Federal de Viçosa – UFV).