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Agronegócio

O Projeto de sabotagem contra o agronegócio brasileiro: a taxação das exportações agrícolas

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O Projeto de sabotagem contra o agronegócio brasileiro: a taxação das exportações agrícolas

Se os brasileiros estiverem acompanhando o desastre econômico da Argentina taxando sua única área produtiva da sua economia, não precisará ser vidente para reconhecer que o Brasil estará fadado a mais um erro grosseiro e estúpido que o futuro governo nos impõe “goela abaixo”.

Atualmente, o governo argentino taxa as exportações de óleo e farinha de soja em 33%, o trigo e o milho, em 12%, e o girassol, em 7%. Quando o assunto é carne, alguns cortes não podem ser exportados para garantir o abastecimento interno. E o que pode sair do país tem imposto de 9%.

Segundo uma pesquisa de julho da consultora Amplificagro, com cerca de 500 entrevistados, 93,8% dos produtores estão totalmente ou muito preocupados com as regulações governamentais e a pressão tributária sobre o setor na Argentina.

Do que se trata afinal este fracassado modelo argentino que o futuro governo petista quer copiar para Brasil?

Trata-se de um projeto de poder equivocado em taxar as exportações agrícolas no país como forma de expropriação ou um confisco de propriedade. Aqui não se trata de política de arrecadação visando o “bem comum” ou “melhorias para a população mais carentes” e sim, uma punição declarada ao investimento de no campo àqueles que levam o Brasil nas costas – o produtor rural e o setor do agronegócio.

Como em geral acontece com qualquer ideia destrutiva, o imposto sobre as exportações vem acompanhado de uma penca completa de mentiras para justificar a sua criação. A mais surreal de todas elas é dizer que a produção do campo tem de ser usada no abastecimento do “mercado interno” do Brasil, e não vendida ao “consumidor estrangeiro” como é o caso do n° 1586/2022 com objetivo de definir os casos e condições para a incidência do imposto de exportação sobre os alimentos básicos especificados.

O Projeto de Lei 1586/22 determina a cobrança de Imposto de Exportação sobre um conjunto de alimentos estratégicos para a dieta básica dos brasileiros quando houver algum risco ao abastecimento interno. O texto em análise na altera o Decreto- Lei 1.578/77, que instituiu esse tributo no País.

A proposta exclui produtos elaborados ao prever que, mediante ato do Poder Executivo, estariam sujeitos ao Imposto de Exportação:

– soja, milho e arroz, na forma de grãos, quando os estoques públicos estiverem em volume abaixo de 10% das previsões de consumo nacional desses produtos; e carnes de frangos, bovinos e suínos, na forma in natura, nas situações de ameaça à regularidade do abastecimento interno.

A taxação, segundo esse entendimento, serviria para proteger a “segurança alimentar” da população: desestimulado pelo imposto sobre a exportação, o produtor rural seria obrigado a oferecer aqui dentro, em real e barato, o que iria vender lá fora, em dólar e caro.

O imposto de exportação vem se juntar à lista de calamidades que já estão no projeto do futuro governo petista, cujo governo de Goiás já comprou a ideia de taxar o agronegócio no Estado. 

O Estado de Goiás  é o  quarto produtor  nacional de   grãos   com uma produção em torno de 22,815 milhões de toneladas o que representa 9,5% da produção de grãos brasileira. A pauta agrícola é bastante diversificada e composta principalmente por: soja, sorgo, milho, cana-de- açúcar, feijão, tomate, entre outros produtos.

A tentativa de tributar as exportações de grãos de Goiás tem como única e mascarada finalidade excluir outros players do mercado, criando uma reserva da qual apenas as indústrias goianas vão se beneficiar ao adquirir soja in natura a preços mais baixos.

Uma prática que desestabiliza o livre mercado e provoca incertezas e insegurança jurídica devido à interferência governamental. Os agricultores goianos serão os primeiros e os mais prejudicados e, na sequência, toda a cadeia produtiva do agro será impactada de forma negativa com essa taxação, segundo a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás e a APROSOJA-Goiás.

Como é que o futuro governo petista pensa que se grelha e come um bife neste país? Com azeite extra virgem italiano ou com óleo de soja de Mato Grosso e com a carne de Goiás? E o café — de onde eles acham que vem? Vai colocando aí todo o resto: arroz, feijão, milho, açúcar, paçoquinha…

Em artigo recente da revista Oeste, se constatou que cerca de 80% de toda a carne produzida no Brasil é vendida para os consumidores brasileiros; só 20% vão para fora, e já é o bastante para fazer o país o maior exportador de carnes do mundo. Quase 70% das aves, onde o Brasil também é o maior exportador mundial, são consumidas internamente. Ficam por aqui os 35 bilhões de litros de leite produzidos por ano — e, assim por diante, com todos os produtos do agronegócio.

Não há , simplesmente não há, de algum alimento que esteja faltando nas prateleiras do supermercado ou na mesa do brasileiro porque está sendo vendido no exterior. O cidadão comum não se alimenta com produto importado de países estrangeiros…brasileiros, vamos acordar…

“Socar imposto na exportação agrícola é uma ação direta de sabotagem contra o agronegócio brasileiro: Não é um tiro no pé é um tiro na cabeça”.

Nenhum dos principais países produtores agrícolas do mundo taxam sua produção de grãos, pois reconhecem o quanto uma política desse tipo pode ser desastrosa.

Não podemos aceitar que decisões equivocadas como essa exterminem a pujança da Agricultura e da Economia nacional. Um desestímulo aos exportadores…e ao Brasil.

Autores:
  • Charlene de Ávila – Advogada. Mestre em Direito. Consultora Jurídica em propriedade intelectual na agricultura de Neri Perin Advogados Associados – Brasília-DF.
  • Néri Perin – Advogado Agrarista especialista em Direito Tributário e em Direito Processual Civil pela UFP. Administrativo da Neri Perin Advogados Associados Brasília- DF.

Fonte: portaldoagronegocio

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