Durante o XII Seminário de Energia promovido pela Fiemt, o diretor-executivo das Indústrias de Bioenergia de Mato Grosso (Bioind MT), Giuseppe Lobo, delineou um horizonte otimista para a indústria do etanol no estado, que recentemente conquistou a posição de vice-líder nacional na produção do biocombustível na safra 2022/2023.
Lobo ressaltou o impressionante avanço do estado, que em 2017 produzia apenas 150 milhões de litros de etanol anualmente. Atualmente, na safra 2023/2024, alcançou a notável marca de 5,72 bilhões de litros. Esse crescimento extraordinário, de mais de 3.700% em apenas sete anos, é atribuído principalmente à adoção do milho como matéria-prima.
O milho, cultura abundante em Mato Grosso, impulsionou a produção e abre caminho para uma perspectiva de crescimento de 10% para a próxima safra, com uma estimativa de produção de 6,3 bilhões de litros.
Apesar dos avanços, Lobo não deixa de destacar os desafios que o setor enfrenta, especialmente no que diz respeito à logística e à tributação. A extensão territorial do estado, combinada com uma população relativamente pequena, resulta em um consumo interno de etanol limitado, o que demanda a exportação da maior parte da produção para outros estados. Esse cenário complexo eleva consideravelmente os custos, reduzindo a competitividade do etanol mato-grossense em relação a outros estados.
Lobo ressalta: “Estamos a mais de 1000 km dos nossos principais mercados. Essa é uma dificuldade significativa e o custo logístico é elevado, diminuindo consideravelmente a competitividade do etanol aqui de Mato Grosso. Temos dois estados vizinhos, Goiás e Mato Grosso do Sul, com políticas de incentivo à produção de etanol e melhores condições logísticas. Temos conversado com o Governo do Estado para implementar políticas de incentivo à industrialização do etanol e melhorar nossa competitividade”.
O diretor da Bioind também destaca a crescente importância do milho na produção de etanol no estado, prevendo um aumento na demanda pelo biocombustível, o que impulsionará ainda mais a economia local.
Além disso, Lobo salienta a relevância do etanol para a transição energética, mencionando seu uso em diversas áreas, incluindo a aviação através do SAF (combustível sustentável de aviação).
“Temos uma perspectiva de estabilidade na mistura que traz segurança jurídica e garantia de que não teremos sobressaltos regulatórios. O etanol tem sido utilizado de várias formas, contribuindo para a transição energética que estamos promovendo no Brasil”.
Fonte: portaldoagronegocio