As importações brasileiras de fertilizantes cresceram 14,7% nos primeiros sete meses do ano e alcançaram 21,8 milhões de toneladas, destacou nesta segunda-feira um relatório da Consultoria Agro do Itaú BBA. Apesar da guerra no Leste Europeu, a Rússia foi a principal origem das compras, com participação de 24% no volume total.
O produto proveniente da Rússia continua chegando ao país dentro “da normalidade”, e apenas em julho o país enviou 828 mil de toneladas ao Brasil, 10% mais que no mesmo mês de 2021. Já as compras originadas em Belarus, importante exportador global de potássio, somaram 26 mil toneladas no mês passado, 90% menos do que um ano antes (306 mil toneladas).
“Com as indústrias adiantando o volume de importações de fertilizantes desde o início do conflito entre Rússia e Ucrânia, os adubos têm chegando no Brasil em volume até acima de 2021, o que arrefece as preocupações em relação à disponibilidade de produto”, dizem os analistas do banco.
Com a recente queda de preços dos fertilizantes, observam, as compras do insumo pelos produtores rurais brasileiros podem ter sido postergadas, contribuindo para o aumento do volume armazenado nos portos. O relatório informa que há relatos de estoques elevados, o que pode concentrar o período de entrega e reduzir o volume de importação mensal até o fim do ano.
No início deste mês, a Anda, entidade que reúne as indústrias do segmento, informou que as entregas de adubos entre janeiro e maio aumentaram apenas 1,7% ante os primeiros cinco meses de 2021, para 14,6 milhões de toneladas. Em maio, foram entregues 3,2 milhões de toneladas, um recuo de quase 5% em relação ao mesmo mês do ano passado.