Nesta quarta-feira (3), o mercado da soja começou o dia com leves altas na Bolsa de Chicago (CBOT). O contrato de setembro de 2024 foi negociado a US$ 11,14, registrando um aumento de 3,25 pontos, enquanto o contrato de novembro de 2024, principal indicador para os agricultores dos Estados Unidos, subiu para US$ 11,17, um ganho de 4,25 pontos. Esse movimento positivo é sustentado pelo atual rally dos derivados da oleaginosa, com os futuros do óleo de soja avançando mais de 2% no dia anterior. O aumento não se limitou apenas ao óleo de soja em Chicago, mas também se refletiu nos óleos vegetais de forma geral, como os ganhos na China e no óleo de palma na Malásia. “O óleo de palma está no maior nível desde abril”, afirma a equipe da Agrinvest Commodities.
Apesar da valorização, o mercado mantém a atenção voltada para a safra americana, especialmente após o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgar os principais indicadores do ciclo atual de grãos no país. Na última segunda-feira, o órgão apresentou a situação das lavouras, indicando que 67% das áreas são classificadas como boas ou excelentes, o mesmo índice da semana anterior. Além disso, 25% das áreas estão em condições regulares e 8% em condições ruins ou muito ruins, números que também se mantiveram estáveis.
O clima no Meio-Oeste americano continua sendo um fator crucial para os mercados, com a expectativa de chuvas irregulares nas próximas semanas e temperaturas mais amenas em todo o cinturão agrícola. Mapas atualizados pelo Commodity Weather Group na terça-feira apontam para uma melhor distribuição das chuvas entre os dias 2 e 6 de julho, com temperaturas abaixo da média em alguns estados produtores. “As chuvas no Meio-Oeste reduzem a seca para algo entre 10% e 15% das áreas de soja e milho dos EUA, ou até menos, nesta semana”, afirmam os especialistas do CWG.
Na semana passada, o USDA também divulgou relatórios importantes sobre as áreas de plantio e os estoques americanos de soja, milho e trigo. Para a soja, o relatório revelou que 34,84 milhões de hectares foram plantados, ligeiramente abaixo dos 35,01 milhões estimados no relatório de expectativas de plantio divulgado há três meses. Na safra 2023/24, os EUA cultivaram 33,83 milhões de hectares. Em relação aos estoques, os números foram contabilizados em 26,4 milhões de toneladas, dentro da faixa esperada pelo mercado, que variava de 23,43 a 27,62 milhões de toneladas. Há um ano, os estoques americanos eram de 21,66 milhões de toneladas.
Além das questões climáticas e de safra, a política norte-americana também está no radar dos investidores. O recente debate presidencial entre Joe Biden e Donald Trump evidenciou que o atual presidente enfrenta desafios dentro do próprio partido, que cogita indicar outro nome para as próximas eleições. Um possível retorno de Trump poderia alterar o cenário geopolítico internacional, reavivando tensões comerciais com a China, como ocorreu durante seu mandato anterior.
Fonte: portaldoagronegocio
