O mercado de genética bovina, que esteve em retração devido a desafios econômicos globais, começa a apresentar sinais de recuperação, com crescimento nas exportações e importações de sêmen e touros vivos. De acordo com o recente Índice ASBIA, o mercado de sêmen teve um aumento de 19% nas exportações, passando de 388.102 doses no primeiro semestre de 2023 para 460.963 no mesmo período de 2024. A importação também registrou crescimento de 14%, subindo de 2.348.569 para 2.666.463 doses no mesmo intervalo de tempo.
Além do aumento na compra de sêmen importado, outro movimento crescente é a importação de touros vivos para coleta no Brasil, um cenário facilitado pela melhoria da infraestrutura das centrais de inseminação, como a Seleon Biotecnologia. A empresa, especializada no processamento de sêmen e atendimento a criadores e empresas de biotecnologia, já recebeu mais de 80 touros de raças renomadas, como Aberdeen Angus, Holandês e Jersey, diretamente dos Estados Unidos. Esses animais, que superaram a marca de 500 mil doses coletadas até o momento, representam um avanço significativo na oferta de genética de qualidade para o mercado brasileiro.
Estratégia de Mercado e Desafios Logísticos
A importação de touros vivos tem se mostrado uma estratégia eficaz para enfrentar os desafios da volatilidade econômica global. “A pandemia dificultou a importação de reprodutores devido à interrupção dos voos comerciais, o que impactou os custos logísticos e aumentou o preço do produto final. A importação de touros vivos permite garantir a constância e a qualidade da genética”, afirma Rafael Ribeiro, gerente de Mercado Leite da ST Genetics.
Segundo Ribeiro, todos os touros da ST Genetics que estão sendo coletados no Brasil estão sob a gestão da Seleon. Ele destaca que, apesar das dificuldades iniciais de adaptação dos touros importados, a parceria entre as equipes envolvidas tem gerado excelentes resultados, com altas produções e qualidade superior no sêmen coletado.
Exportação de Sêmen e Expectativa de Crescimento
O Centro de Coleta e Processamento de Sêmen (CCPS) da Seleon Biotecnologia, localizado em Itatinga, São Paulo, tem desempenhado um papel crucial na exportação de genética bovina. Atualmente, cerca de 20% de todo o sêmen exportado do Brasil para países como Colômbia, Paraguai, Uruguai, Argentina, Costa Rica, Guatemala, Panamá e Equador passa pela Seleon. A empresa projeta que, até o final do ano, mais de 200 mil doses de sêmen serão produzidas para exportação.
“Nosso objetivo é alcançar a marca de 200 mil doses exportadas até o final de 2024, dependendo das condições cambiais, das negociações com as centrais de inseminação e da política internacional”, explica Francisco Biazon, supervisor comercial da Seleon. Ele observa que a guerra na Ucrânia pode aumentar a demanda por material genético brasileiro, uma vez que os Estados Unidos podem reduzir ou suspender o fornecimento de sêmen para a rússia.
Diferenciais e Compromisso com o bem-Estar Animal
A Seleon Biotecnologia investe fortemente em bem-estar animal e segue protocolos sanitários rigorosos, alinhados aos mais altos padrões internacionais. Além disso, a empresa adota tecnologias avançadas para garantir a qualidade do sêmen coletado e o alto potencial de fertilização do produto final. “Nosso principal objetivo é fornecer ao mercado um sêmen com o maior potencial de fertilidade possível, desde a entrada do animal até o processo de coleta”, conclui Biazon.
Com a infraestrutura robusta e a constante evolução do setor, o Brasil continua se consolidando como um dos principais exportadores de genética bovina no mercado global.
Fonte: portaldoagronegocio