O mercado de feijão carioca no Brasil apresentou comportamento típico de transição entre as colheitas nesta semana, com estabilidade nas cotações, seletividade nas compras e baixo interesse por feijões comerciais. De acordo com Evandro Oliveira, analista e consultor da Safras & Mercado, a oferta atual é predominantemente composta por grãos comerciais, que enfrentam uma demanda reduzida.
“A procura está concentrada nos feijões extras, que continuam escassos e sendo negociados entre R$ 260,00 e R$ 275,00 por saca, dependendo da qualidade. A oferta de grãos comerciais de qualidade inferior está pressionando os preços e diminuindo o interesse dos compradores”, explicou Oliveira.
No Paraná, as condições climáticas também têm impactado a qualidade dos produtos. Embora as chuvas recentes tenham favorecido o desenvolvimento das lavouras, há preocupações sobre a qualidade do feijão, caso as chuvas persistam. Alguns lotes já estão sendo reclassificados e vendidos a preços mais baixos.
“Com o pico da colheita previsto para janeiro, espera-se que novos volumes de feijão pressionem os preços, especialmente dos grãos comerciais. Contudo, a escassez de feijões extras e a seletividade nas compras devem sustentar os preços desse segmento”, afirmou o analista.
No varejo, os pacotes de 1 kg de marcas tradicionais permanecem entre R$ 5,00 e R$ 7,00. As empresas adotam uma postura de compras pontuais, o que limita a realização de negócios e reforça a estabilidade do mercado no curto prazo.
Feijão Preto: Menor Liquidez e Variedade nos Preços
O mercado de feijão preto segue uma dinâmica semelhante à do feijão carioca, com uma semana caracterizada por baixa liquidez, seletividade nas compras e grande variação nos preços conforme a qualidade dos grãos. A oferta predominante é de lotes intermediários, com preços variando entre R$ 210,00 e R$ 245,00 por saca no Norte do Paraná. Para os grãos de melhor qualidade, os preços em São Paulo ficam entre R$ 265,00 e R$ 275,00.
“A diferença de preços reflete a variação na qualidade e a preferência por grãos superiores. O mercado continua com reposição gradual de estoques, e os compradores têm adotado uma postura conservadora devido à oferta limitada e à incerteza quanto às condições climáticas”, relatou Oliveira.
Embora o dólar elevado favoreça as exportações, que devem atingir um recorde nesta temporada, o impacto das chuvas sobre a qualidade e os volumes exportáveis pode limitar esse movimento no curto prazo. “A tendência é de estabilidade, mas é possível que ocorram oscilações pontuais devido ao equilíbrio entre uma demanda fraca e a oferta limitada de grãos de alta qualidade, especialmente com o avanço das colheitas nas próximas semanas”, concluiu o analista.
Fonte: portaldoagronegocio
