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Agronegócio

Mercado de Café enfrenta alta histórica devido às oscilações climáticas no Brasil

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O mercado internacional de café tem experimentado uma semana de alta volatilidade, marcada por recordes de preço. No dia 16 de setembro, o café arábica atingiu a cotação mais alta dos últimos 13 anos, com 271,80 centavos de dólar por libra-peso na Bolsa de Nova York para os contratos de dezembro. Na Bolsa de Londres, o robusta também alcançou valores inéditos em 16 anos. A falta de chuvas no Brasil, um dos maiores produtores mundiais, é a principal do mercado, que aguarda o retorno das precipitações após um longo período de estiagem. Essas chuvas são cruciais para a abertura das floradas que definirão a safra de 2025.

De acordo com o consultor Gil Barabach, da Safras & Mercado, o mercado de café segue volátil e agitado, testando novas máximas nas bolsas. “A seca no Brasil tem sustentado os preços. Além disso, o movimento financeiro contribuiu para a recente alta, alimentado por especuladores e fundos receosos de um possível squeeze nos contratos de dezembro”, analisa Barabach.

Os estoques certificados de café na Bolsa de Nova York caíram para 837 mil sacas até o dia 19 de setembro, refletindo um descompasso entre as cotações das bolsas e os preços praticados no mercado físico. “Essa distorção tem sido comum nos últimos anos, e o mercado físico brasileiro não acompanhou as altas da bolsa na mesma proporção”, complementa o consultor.

Correções técnicas e a espera por chuvas no Brasil

Após as altas, o mercado registrou correções técnicas, com investidores mais cautelosos. Tanto compradores quanto vendedores mantêm-se na defensiva, aguardando definições sobre o clima no Brasil. “Os compradores acreditam que os preços estão muito altos e esperam uma queda com a volta das chuvas. Já os produtores permanecem céticos sobre o potencial da próxima safra e confiam em uma sequência de alta nos preços”, aponta Barabach.

Essa disparidade entre as partes vem aumentando, especialmente após a recente alta na Bolsa de Nova York. No entanto, Barabach observa um maior interesse dos produtores, especialmente aqueles de regiões como Colômbia e , que iniciam um novo ciclo de produção de arábica no final deste ano.

Impactos climáticos e expectativas para a safra de 2025

Até o final de setembro, as previsões indicam apenas chuvas isoladas em áreas produtoras de café no Sudeste do Brasil e em Rondônia. Embora esses episódios aumentem a umidade relativa, a expectativa é que volumes mais expressivos de chuva ocorram entre o final de setembro e o início de outubro. “O retorno das chuvas tende a impactar os preços negativamente em um primeiro momento, aliviando o estresse climático. Mas a regularidade dessas chuvas e a resposta das plantas serão fatores decisivos para o mercado”, avalia Barabach.

O consultor destaca que o Brasil enfrenta sua pior seca desde 1981, com algumas regiões de São Paulo e Sul de Minas sem chuvas significativas há mais de 130 dias. Esse cenário pode prejudicar as lavouras mais desgastadas, enquanto as plantações mais novas e bem cuidadas terão melhores condições para sustentar as floradas. “Ainda não é possível determinar o impacto exato nas lavouras. Só após o retorno das chuvas e o início das floradas será possível traçar um cenário mais claro para a safra”, afirma.

O atraso nas chuvas, aliado a temperaturas acima da média, coloca o potencial produtivo da safra de 2025, especialmente no cultivo de café arábica. “No entanto, as lavouras que superarem o desafio das floradas terão condições climáticas mais favoráveis para o seu desenvolvimento”, conclui o consultor.

Além disso, a chegada do fenômeno “La Niña” deve trazer mudanças climáticas com chuvas mais regulares e temperaturas amenas. As previsões da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) indicam uma probabilidade de 55% para o fenômeno entre setembro e novembro deste ano, subindo para 60% entre outubro de 2024 e fevereiro de 2025. O pico de La Niña deve ocorrer entre novembro e janeiro, com 74% de probabilidade em dezembro, embora o fenômeno não deva ser intenso ou prolongado.

Fonte: portaldoagronegocio

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