O mercado físico do algodão no Brasil se descolou dos referenciais externos, refletindo as oscilações observadas na Bolsa de Nova York ao longo da última semana. A oferta permaneceu limitada, e os negócios realizados foram pontuais, tanto para exportação quanto para o mercado doméstico, onde a indústria trabalhou de forma cautelosa, sem grandes estoques. Apesar da queda no preço do algodão em Nova York nesta quinta-feira (22), após um dia de alta, as cotações internas no Brasil se mantiveram estáveis, conforme informou a Safras Consultoria.
Em Rondonópolis, no Mato Grosso, o preço da pluma negociada entre exportadores e produtores manteve-se em R$ 3,88 por libra-peso, equivalente a R$ 128,16 por arroba, repetindo o valor da semana anterior. No polo industrial de São Paulo, o algodão CIF foi cotado a R$ 4,01 por libra-peso, registrando uma ligeira queda de 0,25% em relação à semana anterior, quando era negociado a R$ 4,02 por libra-peso.
Exportações brasileiras
Entre agosto de 2023 e julho de 2024, o Brasil exportou 2,681 milhões de toneladas de algodão, gerando uma receita de US$ 5,13 bilhões. Esse volume representa um aumento de 85% em comparação ao mesmo período comercial anterior. A China foi o principal destino das exportações brasileiras, importando 1,31 milhão de toneladas, o que corresponde a 49% do total exportado. Esse marco representa a primeira vez que um destino ultrapassa a marca de um milhão de toneladas de algodão importado do Brasil. O Egito, que até o ano passado não importava algodão brasileiro, tornou-se o nono principal destino das exportações. O Paquistão, por outro lado, registrou a maior queda nas importações, com uma redução de 22,9 mil toneladas no período, embora ainda tenha se mantido como o quinto maior destino do algodão brasileiro. Esses dados constam no relatório de safra de agosto da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).
Fonte: portaldoagronegocio