O cliente não quer apenas consumir, deseja viver uma experiência única, que possa aguçar os quatro sentidos e ficar guardada na memória até a próxima compra. Para atender a esse novo perfil, a pecuária passou a investir no melhoramento genético, focando em características capazes de criar um padrão animal superior, considerando, entre outras, a idade de abate, maciez da carne e o acabamento de carcaça.
Esse melhoramento genético que leva à produção de uma carne considerada premium é possível pelo uso da inseminação artificial, uma técnica que multiplicou a possibilidade de cruzamento entre raças e a utilização da genética de animais, que foram selecionados ao longo do tempo, com características aprimoradas para influenciar a qualidade da carne. “Quando falamos em cruzamento entre animais da raça Angus, por exemplo, consegue-se o aumento da qualidade da carne e o estabelecimento de um padrão de sabor, tonalidade e maciez, que tornam esse produto realmente diferenciado, permitindo o aproveitamento de todas as suas partes como nobres. É esse sentimento de exclusividade e de satisfação no consumo de uma peça que diferencia uma carne gourmet de um corte comum”, destaca Juliana Ferragute, gerente de Mercado Corte da GENEX Brasil, companhia que é referência em melhoria genética bovina no país.
Para dar mais sofisticação a um produto gourmet, as marcas passaram a utilizar nomes americanizados. O shoulder é a nova nomenclatura dada à paleta e, ao contrário do que acontecia antigamente (quando a carne era cozida apenas em panela de pressão ou consumida na forma moída), pode ser feito na churrasqueira com um sabor tão diferenciado quanto o da picanha. Já o brisket é o corte referente à ponta de peito, que era preparado somente na panela, mas que na forma gourmet pode fazer parte do churrasco de domingo sem deixar a desejar.
