Em julho, Mato Grosso reassumiu a liderança nacional no Valor Bruto de Produção (VBP) agropecuária, após seis meses fora do topo. A região Centro-Oeste, que é a principal produtora de grãos do Brasil, voltou a registrar o maior VBP do país, superando São Paulo, que havia ocupado a liderança desde março.
A queda de Mato Grosso na classificação anterior deveu-se aos impactos climáticos sobre a produção de grãos e à redução dos preços das commodities, especialmente milho e soja, nas quais o estado tem predominância. No final de 2023, Mato Grosso alcançou um VBP de R$ 185 bilhões, mas as incertezas climáticas e a baixa dos preços reduziram a estimativa de receitas para 2024 a R$ 158 bilhões. No entanto, ajustes na safra e uma leve melhora nos preços elevaram o valor para R$ 165 bilhões no mês passado.
Enquanto Mato Grosso enfrentava desafios, São Paulo, cuja principal cultura é a cana-de-açúcar, viu uma valorização significativa de seus produtos, o que permitiu ao estado ocupar a primeira posição. O Valor Bruto da Produção total do Brasil está estimado em R$ 1,19 trilhão, um valor abaixo do registrado em 2023.
O setor de lavouras, com previsão de gerar R$ 811 bilhões, apresenta uma queda de 3% em relação ao ano anterior, enquanto a pecuária cresce para R$ 383 bilhões, com um aumento de 5%. Entre os destaques negativos nas lavouras estão a redução de 18% nas receitas de soja e 15% nas de milho. Em contraste, a suinocultura, que tem batido recordes de exportações, deverá alcançar R$ 57 bilhões, um aumento de 65% em relação a 2023.
Os dados, fornecidos pelo ministério da agricultura e pecuária (Mapa), consideram o volume produzido e os preços recebidos pelos produtores. O Mapa avalia 17 produtos agrícolas e 5 da pecuária. Embora este ano tenha interrompido uma sequência de alta, os valores atuais ainda superam significativamente os de cinco anos atrás, quando o VBP era de R$ 894 bilhões.
Conforme o Mapa, 67% das receitas agropecuárias deste ano estão concentradas em seis estados: Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Goiás. Além disso, seis produtos—soja, milho, cana-de-açúcar, café, algodão e laranja—representam 55% dos R$ 811 bilhões das receitas das lavouras. Na pecuária, bovinos, frango, leite e suínos estão em destaque.
Os alimentos básicos, como arroz, feijão e trigo, têm uma participação menor. O arroz, apesar da alta nos preços este ano, representa apenas 2% do total das receitas das lavouras; o feijão, 1,3%; e o trigo, 1,1%.
São Paulo manteve a liderança em meses recentes devido à menor dependência da produção de grãos e ao destaque em outros setores do agronegócio. O estado se destaca na produção de cana-de-açúcar e laranja, cujos preços elevados no mercado externo têm impulsionado os preços internos e, consequentemente, as receitas dos produtores.
Fonte: portaldoagronegocio
