“O manejo da adubação do milho é sempre crucial, pois representa entre 25% e 30% do custo total de produção da cultura,” afirma Álvaro Resende, pesquisador da embrapa Milho e Sorgo. Resende será um dos palestrantes no simpósio da 34ª edição do Congresso Nacional de Milho e Sorgo, que ocorrerá de 9 a 12 de setembro, em Palmas, tocantins.
O congresso é um importante fórum de discussão técnica e científica, especialmente relevante para a região do Matopiba, que abrange Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. “Essa área ainda carece de informações qualificadas e direcionamentos para ajustes locais. O evento oferece uma oportunidade para que os produtores da região avancem no manejo das lavouras, otimizando o retorno econômico,” destaca Resende.
segundo o pesquisador, a missão dos cientistas é buscar soluções tecnológicas e compartilhar conhecimentos que promovam o aumento da eficiência no uso de nutrientes. “O melhor aproveitamento dos fertilizantes melhora a rentabilidade e evita desperdícios. O uso inadequado pode causar desequilíbrios ambientais, poluição e prejuízos, como a perda de nutrientes para os cursos d’água,” alerta.
Outro ponto relevante é a demanda por redução das emissões de carbono no sistema de produção. “A pegada de carbono, especialmente da adubação nitrogenada, tem um grande impacto na sustentabilidade do cultivo de milho,” comenta Resende.
Resende explica que a eficiência produtiva começa com a construção de uma base de fertilidade do solo. “Minha abordagem no simpósio focará no manejo de adubação para alta produtividade de milho. Outros palestrantes discutirão manejo de micronutrientes em milho de baixa altitude e desafios do manejo em solos arenosos.”
Ele iniciará sua palestra abordando a necessidade de condicionamento do perfil do solo para que as plantas cresçam adequadamente e aproveitem ao máximo os nutrientes aplicados. “Práticas como correção da acidez do solo, com calagem e gessagem, são fundamentais para o crescimento das raízes, permitindo que as plantas absorvam nutrientes e água eficientemente, alcançando alta produtividade.”
Resende também tratará das particularidades da cultura do milho na absorção de nutrientes. “As cultivares modernas exigem nutrição adequada desde o início do ciclo. A maior parte da absorção de nutrientes ocorre antes do pendoamento, sendo crucial definir corretamente as estratégias de aplicação de nutrientes.”
O pesquisador abordará ainda as taxas de extração e exportação de nutrientes na cultura do milho, essenciais para dimensionar a necessidade de adubação. “Discutiremos a adubação de manutenção, indicando quantidades adequadas e épocas apropriadas para distribuir os fertilizantes na lavoura, minimizando perdas e aumentando a eficiência.”
Finalmente, Resende enfatizará a importância de ajustar as práticas de manejo conforme as especificidades locais de produção, considerando sequência de culturas, características do solo e clima. “Isso é crucial, pois ainda não temos recomendações particularizadas para todas as combinações possíveis de culturas, tipos de solo e padrões climáticos,” conclui.
O minissimpósio “Fertilidade do Solo e Adubação do Milho” ocorrerá em 9 de setembro, das 15h30 às 17 horas, com três palestras. Além de Resende, Rafael Nunes, da Grower consultoria Agronômica, falará sobre “Manejo de Micronutrientes para Milho Safrinha em Áreas Baixas de Altitude,” e Otávio Augusto Melo de Queiroz, da Evoterra Consultoria Agronômica, abordará “Desafios do Manejo da Fertilidade dos Solos Arenosos: Soluções Sustentáveis e Perspectivas Futuras.”
Realização e Inscrição
A 34ª edição do Congresso Nacional de Milho e Sorgo será realizada de 9 a 12 de setembro em Palmas, Tocantins. O evento é promovido pela Associação Brasileira de Milho e Sorgo (ABMS) e organizado pela Embrapa, envolvendo os centros de pesquisa Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO) e Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG). O congresso conta com o patrocínio de empresas privadas como Basf, Bioma, Advanta, KWS, Sipcam Nichino, Crop Life Brasil e GDM. Para mais informações e inscrições, visite o portal do congresso em abms.org.br/cnms2024.
Fonte: portaldoagronegocio
