A Embrapa Cocais vem desenvolvendo pesquisas sobre o Lithothamnium, uma tecnologia inovadora baseada nos Granulados Bioclásticos Marinhos (GBM), conhecidos como lithothamnium, com o intuito de avaliar sua viabilidade como corretivo da acidez do solo e fonte de nutrientes para culturas como o milho. Com grandes reservas localizadas no Maranhão, essa tecnologia surge como uma alternativa aos calcários, atualmente os corretivos mais utilizados no Brasil para neutralização da acidez do solo.
O principal objetivo dos estudos é avaliar o uso do lithothamnium na correção da acidez do solo e no fornecimento de nutrientes, especialmente em latossolos, conhecidos pela baixa fertilidade natural. Os pesquisadores buscam definir a dose mais eficaz para neutralizar a acidez do solo e potencializar a produtividade da cultura do milho, além de oferecer uma solução agrícola com disponibilidade nacional e eficácia comprovada.
A pesquisadora Ivana Machado Fonseca, líder do projeto na Embrapa Cocais, destaca que, além de corrigir a acidez do solo, o lithothamnium possui uma composição química rica em mais de 20 elementos. Se confirmada sua eficácia como fonte de nutrientes, essa tecnologia pode diminuir a necessidade de fertilizantes convencionais nas culturas agrícolas. “Acredita-se que o poder corretivo do lithothamnium seja superior, devido à sua atividade intensa no solo, resultante da elevada superfície específica da alga, o que pode promover uma reatividade mais rápida com o solo, alterando seu pH mais rapidamente do que o calcário”, explica a pesquisadora.
A pesquisa está sendo conduzida em latossolos com diferentes texturas (arenosa e argilosa), que apresentam baixa fertilidade natural. Os testes ocorrem em um ambiente controlado na Unidade de Execução de Pesquisa – UEP/Balsas-MA, em parceria com a iniciativa privada. O próximo passo será a validação da tecnologia, caso os testes comprovem a eficácia do lithothamnium como corretivo de acidez, além de seu impacto positivo na nutrição e na produtividade do milho.
Além da viabilidade agronômica, a Embrapa também realizará uma avaliação da viabilidade econômica do produto, em colaboração com a empresa parceira, para garantir o sucesso mercadológico do lithothamnium no setor agrícola.
Sobre o Lithothamnium
Lithothamnium é uma alga marinha, também chamada de alga vermelha, que acumula carbonato de cálcio em seu interior. Ela pode viver até 15 anos e é encontrada em águas profundas, de até 200 metros. No Brasil, é comercializada como fertilizante 100% natural, além de ser usada como condicionador de solo, ativador microbiológico e bioestimulante para as plantas. De acordo com a Agência Nacional de Mineração (ANM), os Granulados Bioclásticos Marinhos (GBM) são formados por areias e cascalhos compostos por fragmentos de algas coralíneas e outros organismos marinhos. As maiores reservas de lithothamnium estão localizadas no Maranhão, um estado estratégico para o desenvolvimento dessa tecnologia no Brasil.
Fonte: portaldoagronegocio