Um casal de produtores de kombucha, localizado em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, conquistou destaque em um concurso internacional realizado em Florianópolis (SC) no final de setembro. A bebida Ponto Eko, criada por eles, obteve a medalha de prata na categoria “kombucha com baixo ou sem adição de açúcar” da Brasil Beer Cup (BBC) 2024. Este evento, considerado o maior da América Latina, avaliou mais de 2,5 mil amostras de diversas bebidas, incluindo cervejas, vinhos, cachaças, gins, vodkas, rums, hidroméis e outras, com a participação de representantes de nove países latino-americanos.
A kombucha, uma bebida milenar originária da China, é produzida através da fermentação de chá, açúcar e micro-organismos, resultando em uma bebida naturalmente gaseificada. O processo de fermentação ocorre em duas etapas, sendo que na segunda fase são incorporados diferentes sabores. A variedade que se destacou na competição foi a de maracujá e capim-limão. “Nossa kombucha é suave, com baixo teor de açúcar, e o sabor está em harmonia com a proposta de sensorialidade brasileira, tema do concurso. Utilizamos polpa fresca de maracujá e capim-limão”, explica a produtora Veruska Célia Gontijo Pereira.
Produção Sustentável
Veruska, ao lado do esposo Marcelo Ferreira, iniciou a produção artesanal de kombucha em 2019. Com o aumento da demanda, aprimoraram a agroindústria e obtiveram registro no Ministério da Agricultura, garantindo conformidade com as boas práticas de fabricação. Atualmente, a empresa produz 500 litros mensais, oferecendo seis sabores distintos, disponíveis em 12 pontos de venda em Belo Horizonte e Nova Lima.
“Todos os ingredientes utilizados vêm de produtores agroecológicos locais ou são cultivados por nós. Além dos benefícios da kombucha, cada ingrediente contribui com valor nutricional e funcional”, enfatiza Veruska. Segundo ela, a combinação de maracujá e capim-limão, por exemplo, possui propriedades calmantes.
Apoio da Emater-MG
Desde o início da produção, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) tem oferecido suporte ao casal. O técnico Glaidson Guerra, da Emater-MG em Nova Lima, detalha que uma das primeiras ações foi auxiliar na regularização da produção. “Orientamos sobre os passos necessários para a legalização. Depois, o casal contratou um responsável técnico, que realizou as adequações para a fabricação e os trâmites junto ao Ministério da Agricultura. Também colaboramos na abertura de mercado, onde participaram de várias feiras de agricultura familiar promovidas pela Emater-MG”, explica.
A Emater-MG de Nova Lima também presta assistência técnica aos agricultores agroecológicos que fornecem os insumos para a kombucha. Veruska ressalta a importância da empresa na expansão comercial. “A Emater-MG tem sido crucial para nossa inserção no mercado, oferecendo suporte em eventos, feiras e orientações sobre marketing”, afirma a produtora.
Embora não tivesse grandes expectativas ao participar do concurso, Veruska vê o reconhecimento da Brasil Beer Cup como um incentivo para o crescimento do negócio. “É um reconhecimento que nos estimula a expandir a Ponto Eko, uma kombucharia que valoriza insumos naturais e cuida de sua produção, sempre com a missão de contribuir para o ecossistema humano.”
Participação na Brasil Beer Cup
Neste primeiro ano de participação da kombucha no Brasil Beer Cup, 59 bebidas foram inscritas em 11 categorias. O Brasil se destacou com o maior número de kombuchas concorrentes, seguido pela Costa Rica e pelo Chile.
Fonte: portaldoagronegocio