Enquanto boa parte do Brasil sofre com as fortes chuvas, no Rio Grande do Sul a realidade tem sido bem diferente nesta safra. O clima quente e seco aliado a forte estiagem tem comprometido não somente o arroz, mas também as lavouras de verão de soja e milho. O impacto começou logo no início da safra justamente pela falta de água aliado ao frio que se prolongou a atrasou o ciclo das cultivares.
Segundo a engenheira agrônoma, Flávia Miyuki Tomita, diretora técnica do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), no momento o que preocupa os produtores é a estiagem prolongada que assim como na última safra 2021/22, causaram problemas principalmente na fronteira Oeste do Estado a qual se encontra ainda muito seca. “A falta de chuva é um ponto crítico novamente e acende um alerta principalmente se essa situação se prolongar por mais tempo”, ressaltou.
Com o objetivo de discutir sobre esse assunto na busca por alternativas para desenvolver e integrar o setor agrícola da região Sul do estado gaúcho, acontecerá de 14 a 16 de fevereiro de 2023, na Estação Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado – Capão do Leão/RS, a 33ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos. Promovido pela Federação das Associações de Arrozeiros (Federarroz), o encontro, que é a maior abertura de colheita de grãos das Américas, terá como tema: Arrozeiros como produtores multissafras.
O encontro, que voltará a acontecer em formato 100% presencial, reunirá produtores de diversas regiões do país e do exterior. Além disso, são esperados, engenheiros agrônomos e técnicos, estudantes, agentes políticos, as principais instituições de pesquisa e ensino do setor, e as empresas que mais investem em tecnologia agrícola para terras baixas.
Os visitantes, terão a possibilidade de ver o potencial que a irrigação pode trazer aos seus negócios agregando novas fontes de rendas por meio da diversificação de cultivos, como por exemplo, com o plantio de milho e soja em áreas de várzea. Uma das empresas a marcar presença na feira será a multinacional Lindsay, representada pelas revendas Irrigatec e Sanchotene Agronegócios.
Segundo o técnico em agropecuária Marco Sanchotene, diretor da revenda, fomentar essa diversificação tem sido fundamental e a irrigação é peça primordial nessa estratégia. “Com a opção de variar suas culturas, o arrozeiro não fica com o fluxo de caixa restrito e nem refém do mercado com apenas uma cultura. Além disso, a rotação nas áreas com cereais ajuda na melhoria do solo e no controle de pragas e doenças”, diz.
Sanchotene reforça ainda que em momentos como os vivenciados nas últimas safras com falta de chuva, a irrigação por pivôs se tornou fundamental não somente no aumento de produtividade, mas também como segurança contra as estiagens. “Nós estamos em uma região de solo e clima excepcional, mas há veranicos que causam grandes prejuízos. Nesta safra na cultura de arroz, por exemplo, houve uma diminuição de área no estado em função da baixa rentabilidade e já tem prejuízos com a seca também”, destacou.
Houveram ainda regiões no Estado que praticamente não receberam chuvas e o excesso de calor causou danos ao ponto de se encontrar relatos de lavouras abandonadas por falta de água. “Por isso, a irrigação por aspersão é indispensável no processo de verticalização da propriedade, garantindo segurança de produtividade de modo geral”, completa o técnico em agropecuária.
Tecnologia na irrigação
Além da tecnologia do pivô Zimmatic, by Lindsay, que está montado há cerca de três anos na Estação Terras Baixas irrigando todas as parcelas, desde plantio até a colheita que serão demonstradas na abertura do evento, os produtores que estiverem presentes no evento também terão a oportunidade de conhecer e tirar dúvidas sobre as tecnologias do consagrado FieldNET by Lindsay, para programação e controle da irrigação a distância. Por meio de um smartphone, tablete ou computador, o produtor terá ao alcance das mãos, informações e orientações valiosas sobre a irrigação que vão ajudá-lo a otimizar o rendimento e maximizar a lucratividade de sua fazenda.
A Lindsay também demonstrará o FieldNET Advisor, solução que fornece dados precisos e simplificados para o manejo do irrigante e funciona de forma muito simples. Após o produtor inserir na ferramenta a cultura e suas características, o tipo de solo, e as datas de plantio, a tecnologia combina automaticamente esses dados com informações meteorológicas precisas e dados históricos de irrigação do campo.
Em seguida, por meio de modelagem, ele vai monitorar o crescimento da cultura e a profundidade das raízes. Assim verificará a quantidade de água disponível no solo para a planta e prever as necessidades futuras da lavoura, a quantidade e o momento ideal para a irrigação, visando atingir o máximo do rendimento. A proposta do FieldNET Advisor é manter sempre a quantidade de água no solo ideal para cada cultura, ou seja, o produtor utilizando a ferramenta vai irrigar de maneira mais eficiente e com maior precisão. Ele saberá quantos milímetros de água utilizou por saca produzida e obterá a máxima lucratividade potencializando seu investimento. No final das contas utilizará a água e energia de maneira mais sustentável e terá maior rentabilidade por milímetro aplicado.
O evento
A 33ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos contará com uma programação bem diversificada e cheia de novidades. Os debates sobre a cadeia orizícola e sua produtividade, bem como as alternativas para os produtores rurais e os desafios dos últimos anos, continuam na programação envolvendo produtores, engenheiros agrônomos, técnicos, agentes políticos, principais instituições de pesquisa e ensino do setor, além das empresas que mais investem em tecnologia agrícola para terras baixas no mundo.
De acordo com André Matos, engenheiro agrônomo, consultor e diretor técnico da Fedearroz, a organização do evento realiza os últimos ajustes e se prepara para um número recorde de expositores, com novas atrações e novas cultivares, além de novas tecnologias que serão apresentadas. “Este ano vamos ter um evento que promete ser bem movimentado livre após a pandemia sem restrição. Esperamos bater também o recorde de público”, disse.
A última edição oportunizou aos seus nove mil visitantes, de diversas regiões do país e do exterior, que pudessem circular por uma feira com mais de 100 expositores e 40 vitrines tecnológicas, as quais apresentaram seus produtos e compartilharam muito conhecimento. Além de uma programação científica de muita qualidade e palestrantes renomados no setor.
A mostra é uma realização da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul – Federarroz, correalização da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR-RS e apoio do Instituto Rio Grandense do Arroz – IRGA.
Fonte: portaldoagronegocio