O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou um pacote de R$ 546,6 bilhões em investimentos destinados ao fortalecimento das cadeias agroindustriais sustentáveis. A medida foi apresentada nesta terça-feira (3), durante a cerimônia da Nova Indústria Brasil (NIB), realizada no Palácio do Planalto, em Brasília. O evento contou com a presença de diversas autoridades, como o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, e representantes do setor produtivo.
A iniciativa faz parte da Missão 1 da NIB, que visa o desenvolvimento de cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais, com foco na segurança alimentar, nutricional e energética. O programa, que traça metas até 2033, é estruturado para estimular a competitividade da indústria nacional, ampliar a mecanização e tecnificação da agricultura familiar, além de fomentar o desenvolvimento de tecnologias avançadas no setor agroindustrial.
Recursos públicos e privados
Do total anunciado, R$ 250,2 bilhões são provenientes de recursos públicos em linhas de crédito, sendo R$ 198,1 bilhões destinados para o biênio 2023-2024 e outros R$ 52,18 bilhões programados para 2024-2026. Já o setor privado prevê investimentos de R$ 296,3 bilhões até 2029.
Durante a cerimônia, o presidente Lula destacou o impacto positivo da iniciativa para a recuperação industrial do país. “Com o programa Nova Indústria Brasil, estamos retomando investimentos, gerando empregos e impulsionando o crescimento do PIB”, afirmou.
Geraldo Alckmin apresentou as metas da Missão 1 para os próximos anos. Até 2026, o objetivo é alcançar um crescimento de 3% ao ano no PIB da agroindústria, chegando a 6% anuais em 2033. Além disso, busca-se elevar a mecanização da agricultura familiar para 28% até 2026 e 35% até 2033, enquanto a tecnificação agrícola deverá atingir 66% até o final do período.
Cadeias prioritárias e inovação
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) definiu as cadeias produtivas prioritárias para impulsionar o setor. Entre elas, estão o incentivo ao uso de agricultura de precisão, com destaque para a produção nacional de drones, e a ampliação da cadeia de fertilizantes e biofertilizantes, reduzindo a dependência de insumos importados.
Também está prevista a modernização da produção nacional de máquinas agrícolas e o fortalecimento das relações comerciais internacionais. “Mais de 280 acordos comerciais foram estabelecidos na área de agricultura, o que amplia as possibilidades para o setor”, ressaltou Alckmin.
Fernando Pimentel, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), lembrou o compromisso de aumentar o consumo interno de algodão para 1 milhão de toneladas, destacando a criação de empregos e o fortalecimento da sustentabilidade.
Acordos estratégicos
Durante o evento, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e a Petrobras firmaram um Protocolo de Intenções para fomentar a produção de fertilizantes e insumos para nutrição de plantas. O acordo prevê investimentos em modernização fabril, capacitação de profissionais, desenvolvimento de tecnologias avançadas e melhoria da infraestrutura logística.
Além disso, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) assinou dois contratos de R$ 250 milhões cada para o desenvolvimento de produtos inovadores. Um deles, com a Ouro Fino Saúde Animal, será direcionado à criação de uma vacina inédita contra a doença de Glässer em suínos. O outro, com a Lar Cooperativa Agroindustrial, visa a automação de processos e o uso de tecnologias da Indústria 4.0 no setor avícola.
O Banco do Nordeste (BNB) também oficializou um financiamento de R$ 600 milhões para a construção de uma planta de etanol de milho e sorgo no Maranhão, projeto que terá investimento total de R$ 1,3 bilhão e potencial para gerar 351 empregos diretos.
Com iniciativas integradas entre governo e setor produtivo, o Brasil busca consolidar seu protagonismo global no agronegócio, promovendo desenvolvimento sustentável e geração de valor no mercado interno e externo.
Fonte: portaldoagronegocio