A citricultura, uma atividade crucial para o agronegócio brasileiro e responsável por 75% da produção mundial de suco de laranja, enfrenta um desafio significativo: o combate ao greening. Esta doença bacteriana, transmitida principalmente pelo inseto psilídeo, afeta cerca de 20% dos 200 milhões de pés de citros no Brasil, impactando tanto a qualidade quanto a quantidade da produção. Para enfrentar esse desafio, a Embrapii-UFSCar e a Amazon AgroSciences uniram forças em uma parceria inovadora com o objetivo de desenvolver a produção nacional da molécula N-acetilcisteína (NAC), fundamental no combate ao greening.
Atualmente, a NAC, que ajuda a mitigar os impactos de estresses bióticos e abióticos e promove a saúde das plantas, é importada, o que expõe o Brasil a riscos relacionados à disponibilidade e variação de preços internacionais. A nova colaboração entre a unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) da Universidade federal de São Carlos (UFSCar) – Embrapii-UFSCar Materiais – e a Amazon AgroSciences visa superar essa dependência e estabelecer uma produção local da molécula.
Segundo Marcio Weber Paixão, docente do Departamento de Química da UFSCar e coordenador do projeto, a inovação tecnológica será impulsionada por práticas sustentáveis, utilizando catalisadores e materiais ecoeficientes em todo o processo. “Nosso diferencial está na integração de princípios de sustentabilidade em cada etapa do desenvolvimento”, destaca Paixão.
O projeto, que terá início no segundo semestre de 2024 e se estenderá por 16 meses, envolve a criação de um modelo de produção nacional para a NAC. A parceria não só permitirá a expansão do uso da molécula em novos produtos, mas também garantirá controle de qualidade rigoroso e a supervisão de possíveis infrações relacionadas ao uso da tecnologia.
Manuel Palma, CEO da Amazon AgroSciences, expressa grande expectativa em relação à colaboração: “Com a produção local da NAC, poderemos oferecer produtos vitais para uma agricultura mais resiliente, reduzindo nossa dependência de importações e fortalecendo a autossuficiência do setor agropecuário brasileiro.”
O projeto também abrirá novas oportunidades para a Embrapii-UFSCar, que se destaca por seu potencial inovador e por contribuir com pesquisas de alto valor agregado, também relevantes para a saúde humana. “A produção nacional desse composto a preços competitivos permitirá a ampliação de seu uso em diversas formulações”, conclui Paixão, ressaltando o impacto positivo da parceria na inovação e colaboração no setor.
A escolha da Embrapii-UFSCar para essa parceria é um reflexo de seu compromisso com pesquisas inovadoras e de excelência, fundamentais para o sucesso do projeto. A colaboração promete fortalecer a posição da Embrapii-UFSCar como um líder em inovações no setor agropecuário.
Fonte: portaldoagronegocio