A Índia permitirá a exportação de 1 milhão de toneladas métricas de açúcar durante a temporada atual, conforme revelaram fontes do governo e do setor industrial. A medida visa auxiliar as usinas do país a vender o excedente de açúcar, contribuindo para a estabilização dos preços internos.
A autorização para a exportação de 1 milhão de toneladas pode exercer uma pressão adicional sobre os preços globais do açúcar. O governo indiano deve em breve emitir um comunicado oficial confirmando a liberação, afirmaram as fontes, que pediram anonimato devido à restrição de comentar com a mídia.
Embora a decisão tenha sido amplamente especulada, ela surpreendeu alguns comerciantes, dado que a produção do açúcar em 2025 deve ser inferior ao consumo doméstico pela primeira vez em oito anos. De acordo com estimativas de produtores, a produção deste ano pode cair para aproximadamente 27 milhões de toneladas, abaixo dos 32 milhões de toneladas registrados no ano passado, o que é insuficiente para atender ao consumo anual superior a 29 milhões de toneladas.
Os estados de Maharashtra, Karnataka e Uttar Pradesh, responsáveis por mais de 80% da produção de açúcar no país, têm enfrentado rendimentos abaixo da média nas lavouras de cana-de-açúcar, o que resultou na revisão para baixo das previsões de produção para a temporada 2024-25.
Embora a Índia tenha sido o segundo maior exportador de açúcar do mundo nos últimos cinco anos, com uma média anual de 6,8 milhões de toneladas até a temporada 2022-23, o país não permitiu exportações durante o ciclo de 2023-24. A liberação de 1 milhão de toneladas ajudará, assim, a aliviar a pressão sobre as usinas locais, que enfrentam os preços mais baixos em um ano e meio.
Deepak Ballani, diretor-geral da Associação Indiana de Fabricantes de Açúcar e Bioenergia, destacou que a medida contribuirá para o equilíbrio do mercado, já que se espera uma produção robusta no próximo ano. “A permissão para exportar uma quantidade limitada de açúcar é uma boa notícia para a indústria, especialmente em um momento de desafios econômicos”, concluiu.
Fonte: portaldoagronegocio
