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Agronegócio

Importantes alterações pós-parto que podem afetar a saúde, o bem-estar e a produtividade das vacas

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Importantes alterações pós-parto que podem afetar a saúde, o bem-estar e a produtividade das vacas

O periparto, período entre aproximadamente 30 dias antes até 30 dias após o parto, é caracterizado por diversas alterações que ocorrem naturalmente no organismo das vacas. Cuidados com o bem-estar, saúde e nutricionais são muito importantes para a prevenção de distúrbios nessa fase. Dentre os diversos fatores que devem ser monitorados, destaca-se os níveis de cálcio (Ca+) sanguíneo, uma vez que a insuficiência deste mineral (hipocalemia subclínica ou clínica) pode determinar distúrbios importantes.

O Ca+ tem importante papel na contração muscular e a hipocalemia pode impactar a contração uterina no momento do nascimento do bezerro, além de prejudicar o processo de expulsão placentária nas primeiras 12 após o parto. Quando isso ocorre, consideramos que o animal apresenta a placenta retida e necessita cuidados para a correção do problema.

Nas vacas, a incidência de retenção de placenta (RP) é maior do que nas demais espécies, principalmente nas vacas leiteiras. A ocorrência de partos difíceis (distócicos), gemelares ou prematuros contribuem para a elevação de ocorrência do problema. Vacas que apresentam RP impactam negativamente o desempenho da fazenda, pois apresentam índice reprodutivo 16% menor do que as vacas que nunca apresentaram o problema (Fourichon et al., 2000).

Outros estudos mostram que vacas que apresentaram retenção de placenta tiveram importante queda na produção leiteira, variando entre -412 e -537Kg de leite, quando comparadas à vacas que não apresentaram o problema.  

A RP predispõe o ambiente uterino a infecções e inflamações, como a metrite puerperal, que normalmente ocorre na primeira semana após o parto, caracterizada pela eliminação de corrimento uterino com odor fétido, e complicações sistêmicas   como febre, redução ou ausência de apetite e diminuição da produção de leite (Sheldon et al., 2006; LeBlanc, 2008).

“O fator fundamental para que aconteça a metrite puerperal é a presença de bactérias, que normalmente estão no ambiente ou no útero da vaca. Isso ocorre em quase 90% dos animais durante o pós-parto, quando a cérvix ainda está dilatada. Na maior parte dos casos, o sistema imunológico e o próprio útero se encarrega de combater e eliminar a infecção”, explica Marcos Malacco, médico veterinário gerente de serviços para bovinos, da Ceva Saúde Animal. “Porém, quando a vaca apresenta algum problema no periparto, como hipocalcemia subclínica, parto distócico ou retenção de placenta, a saúde uterina fica comprometida. Desta forma, a presença das membranas fetais, sangue, muco e restos de tecidos no útero se tornam um excelente meio de cultura e favorecem a proliferação de microrganismos indesejáveis”.

Ainda de acordo com Malacco, a metrite puerperal pode promover complicações como a salpingite (infecção e inflamação das tubas uterinas) e em casos mais graves a ruptura uterina com peritonite subsequente, uma situação fatal, gerando prejuízos financeiros diretos para o produtor.

Por ser uma doença multifatorial, a prevenção da metrite puerperal exige adoção de medidas que possam evitar situações como retenção de placenta e distocias ao parto, hipocalcemia, estresse nutricional, e garantias de saúde como vacinações prévias contra doenças reprodutivas e o controle parasitário próximo ao parto. Garantir parições em ambiente tranquilo e o mais limpo quanto possível, sem excesso de lama e/ou matéria orgânica, também é importante para evitar problemas como a metrite, além de assistir o animal com uma rápida intervenção nos casos de RP.

“-O tratamento da   RP e de infecções uterinas futuras pode ser  feito através da aplicação de Partocimina®, que estimula o músculo uterino aumentando a força e a frequência das contrações pela ação da ergometrina, enquanto protege o ambiente uterino através da ação sinérgica e de amplo espectro de antibióticos, as penicilinas G sódica e clemiziolo, junto com a di-hidroestreptomicina. Estes dois fatores já dificultam a ocorrência da proliferação bacteriana no útero. Ao mesmo tempo, a vitamina K3 presente na composição do produto atua na cascata de coagulação do sangue prevenindo sangramentos adicionais e hemorragias”, discorre o médico veterinário. “É a combinação perfeita de ação antimicrobiana protetora do ambiente uterino, com um facilitador para deslocamento e expulsão da placenta retida e que ajuda numa rápida involução uterina para o seu estado fisiológico normal, além de anti-hemorrágico. Oferece ainda praticidade, eficiência e segurança para a vaca e para o bezerro”.

Partocimina® é indicada em aplicação intramuscular profunda, geralmente em dose única. Entretanto, caso seja necessário, pode-se aplicar uma segunda dose 24 horas após a primeira. O período de carência para o leite é de 8 dias e 41 dias para o abate.

Referências citadas:

  • Fourichon, C., H. Seegers, and X. Malher.. Effect of disease on reproduction in the dairy cow: a meta-analysis. Theriogenology 53:1729-1759, 2000.
  • Leblanc, S.J. Postpartum uterine disease and dairy herd reproductive performance: a review. The Veterinary Journal, v. 176, n. 1, p. 102-114, 2008.
  • Sheldon, I.M.; Lewis, G.S.; LeBlanc. S.; Gilbert, R.O. Defining postpartum uterine disease in cattle. Theriogenology, v. 65, n. 8, p. 1516-1530, 2006.

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