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Agronegócio

Impactos do Inverno Atípico e Seca Intensa na Produção Agrícola de Minas Gerais

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A falta de chuvas castiga plantações e pastagens

O inverno de 2024 no Brasil tem sido marcado por temperaturas elevadas e uma seca rigorosa, afetando diretamente a produção agrícola em diversas regiões, especialmente em . Essa combinação de calor e baixa umidade tem gerado preocupações entre agricultores, que dependem do clima favorável para garantir boas colheitas.

Culturas milho, soja, café, frutas e hortaliças estão entre as mais impactadas. Emerson Simão, agrônomo e gerente regional do Sistema Faemg Senar em Juiz de Fora, destaca que o das temperaturas é especialmente prejudicial para a produção de hortifrutigranjeiros, com destaque para o morango. “O calor excessivo compromete a produção de alimentos como o morango, que é muito sensível a essas condições climáticas”, alerta.

Ana Letícia de Oliveira, produtora de morangos em Alfredo Vasconcelos, na região do Campo das Vertentes, relata que a safra deste ano tem sido prejudicada. “As plantas estão com dificuldade de nutrição e crescimento das folhas, o que as torna mais vulneráveis a pragas, como o ácaro rajado, que se prolifera com o calor”, explica. Além disso, Ana Letícia enfrenta outro desafio: as queimadas. “Com a destruição do habitat natural, os pássaros invadem as plantações em busca de alimento. Se mantenho a estufa fechada, os ácaros se multiplicam; se abro para ventilar, as aves comem tudo”, desabafa.

No sul de Minas, a seca também traz preocupações aos produtores de café. José Francisco Ribeiro, de , relata que está avaliando alternativas para irrigar sua pequena lavoura de café, de 1,4 hectares. “Se não chover bem até o fim do mês, os grãos de café sairão menores que a média”, afirma o produtor, que já observou floradas em seu cafezal.

A produção de café arábica, predominante na região, é particularmente afetada pelas altas temperaturas, já que essa variedade se adapta melhor a climas amenos, com temperaturas entre 19ºC e 21ºC. “Isso explica, em parte, o aumento dos preços e da produção do café conilon, que é mais resistente ao calor”, aponta Leandro de Freitas, agrônomo e supervisor do ATeG Café+Forte.

Técnicas agrícolas ajudam a mitigar os efeitos da seca

A pecuária leiteira é uma das cadeias produtivas mais afetadas pela falta de chuvas, especialmente durante o período seco do ano. No entanto, a adoção de novas técnicas tem ajudado produtores a enfrentar esse desafio com mais eficiência.

Hemerson Hader, produtor de queijos em Juiz de Fora, conta que, ao longo dos anos, aprendeu a não depender exclusivamente das pastagens. “Durante o período das chuvas, estocamos alimento para os animais. Assim, na seca, temos comida de qualidade para oferecer”, explica.

Para Emerson Simão, o agrônomo do Sistema Faemg Senar, essa mudança foi possível graças à assistência técnica e gerencial (ATeG). “Com o suporte técnico, os produtores aprenderam a implementar técnicas como a produção de silagem e a oferta de concentrados ao gado, o que ajuda a manter ou até aumentar a produtividade”, ressalta. Segundo Simão, os animais de origem europeia, em , encontram maior conforto térmico durante o inverno brasileiro, favorecendo a produção leiteira mesmo em períodos de estiagem.

Fonte: portaldoagronegocio

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