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Agronegócio

Impacto das Doenças Respiratórias na Suinocultura: Desafios e Estratégias para o Controle

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As doenças respiratórias representam um considerável para a , afetando diretamente a saúde dos animais e a produtividade das granjas. Estas patologias são causadas por uma combinação de agentes bacterianos e virais, condições ambientais inadequadas e práticas de manejo deficiente. Por serem doenças multifatoriais, elas comprometem o bem-estar dos suínos, resultando em redução no ganho de , aumento da mortalidade e condenação das carcaças no abate.

Entre as principais enfermidades respiratórias que afetam os suínos, destacam-se a Pleuropneumonia Suína (PPS) e a Pneumonia Enzoótica Suína (PES). Ambas têm impactos econômicos significativos devido à morbidade e à mortalidade elevadas no rebanho.

A Pleuropneumonia Suína, causada pela bactéria Actinobacillus pleuropneumoniae (APP), pode afetar suínos de todas as idades, sendo os leitões de até 100 dias particularmente vulneráveis. Esta doença é de grande importância global não apenas pela alta taxa de mortalidade, mas também pelos custos elevados com tratamentos e medidas preventivas. Além disso, a doença pode retardar o ganho de peso dos animais e aumentar o descarte de carcaças no abate devido a lesões pulmonares causadas por infecções crônicas.

A transmissão da APP ocorre através do contato direto com secreções respiratórias de animais infectados e pela dispersão de aerossóis a curtas distâncias. A bactéria pode sobreviver no ambiente por alguns dias, especialmente se protegida por materiais orgânicos como muco ou fezes. Portanto, a limpeza e desinfecção das instalações são cruciais para o controle da doença.

A PPS manifesta-se como uma broncopneumonia fibrino-hemorrágica e necrosante, que pode evoluir para pleurite adesiva com formação de nódulos. Na forma aguda, os suínos apresentam febre, anorexia, tosse, vômitos e, em alguns casos, morte súbita. Em surtos epidêmicos, a morbidade pode superar 50%, com mortalidade variando entre 1% e 10%. Casos crônicos podem ocorrer após a fase aguda, com tosse esporádica, baixo desempenho e condenação dos pulmões e carcaça no abate. Animais com quadros crônicos frequentemente são portadores assintomáticos e representam uma fonte contínua de infecção. Vacinas comerciais contra o APP têm mostrado eficácia na redução da gravidade da doença e na disseminação do patógeno.

Por outro lado, a Pneumonia Enzoótica Suína, causada pelo Mycoplasma hyopneumoniae, é altamente contagiosa, mas apresenta um baixo índice de mortalidade. Esta doença é comum nas granjas brasileiras e é difícil de erradicar. O M. hyopneumoniae adere ao epitélio ciliado da traqueia, brônquios e bronquíolos, comprometendo o mecanismo de defesa do trato respiratório e deixando os animais suscetíveis a patógenos secundários. A doença se espalha rapidamente em condições favoráveis, afetando principalmente suínos na fase de crescimento e terminação, especialmente em ambientes com alta de animais e ventilação inadequada.

A PES se manifesta como broncopneumonia catarral, com sintomas como tosse seca e atraso no crescimento dos suínos. As perdas econômicas associadas à doença são resultado da redução do ganho de peso, que pode chegar a 30% dependendo da gravidade das lesões e das infecções secundárias. O controle da PES envolve a imunização dos animais e a adoção de medidas de biossegurança, como o controle da densidade populacional e a manutenção de boa ventilação.

O manejo sanitário rigoroso e adequado é essencial para prevenir e controlar doenças respiratórias infecciosas. Além das medidas ambientais, o vazio sanitário, a quarentena dos novos animais e a vacinação são fundamentais. A vacinação contra a Pleuropneumonia Suína com vacinas inativadas que cobrem todos os sorotipos conhecidos da bactéria oferece alta eficácia e segurança, reduzindo significativamente lesões pulmonares e melhorando os índices produtivos.

Para a Pneumonia Enzoótica Suína e a Circovirose, a vacinação na terceira semana de vida proporciona proteção robusta contra os agentes causadores. A vacinação com cepas específicas promove uma resposta imunológica eficaz e melhora os índices produtivos.

Investir em melhorias na sanidade do plantel é crucial para o controle e combate dessas doenças respiratórias, que impactam a produtividade e a competitividade do setor suinícola. Com esses esforços, é possível garantir a sustentabilidade e o crescimento contínuo da suinocultura para um futuro mais promissor.

Fonte: portaldoagronegocio

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