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Agronegócio

Impacto da La Niña na Produtividade do Milho no Brasil: O que Esperar

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De acordo com o boletim Agro em Dado, divulgado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) de Goiás, o plantio de milho de verão na região Centro-Sul do Brasil já atingiu 15% da área prevista na primeira semana de setembro. Contudo, na região Centro-Oeste, as operações de plantio ainda não foram iniciadas, devido à baixa umidade do solo e às altas temperaturas. Para a safra 2024/25, estima-se uma nova redução na área destinada ao cultivo do milho de primeira safra, seguindo a tendência de recuo observada na colheita anterior, com quedas projetadas de 10,7% no Brasil e 10,9% em Goiás. Essa diminuição contí é atribuída à menor atratividade da cultura nesse período.

O fenômeno climático La Niña, que se prevê intensificar entre outubro e novembro, não deve causar impactos significativos na produtividade de grãos no Brasil, diferentemente do que ocorreu na safra passada, que foi influenciada pelo El Niño. Assim, a expectativa é de uma rentabilidade superior para a safra 2024/25. Por outro lado, a Argentina enfrenta um cenário mais complicado, com os efeitos da La Niña e o aumento das pragas, como a cigarrinha-do-milho, afetando negativamente as colheitas.

Segundo o boletim, os preços do milho começam a apresentar sinais de recuperação após um período de estabilidade em níveis inferiores aos da safra anterior. No mercado interno, a demanda por milho tem aumentado à medida que os compradores buscam reabastecer estoques, prevendo uma valorização futura. No âmbito internacional, a procura pelo milho cresceu desde o início do ano, impulsionada pela expectativa reduzida de produção na Argentina.

Além disso, a Índia, que costumava exportar entre 2 e 4 milhões de toneladas de milho anualmente, deverá iniciar importações ainda este ano para atender à demanda interna. Essa mudança se deve ao aumento na mistura de etanol na gasolina, que passou de 13% para 20%, com o país adotando o etanol de milho como alternativa ao uso restrito da cana-de-açúcar, uma medida implementada para reduzir as emissões de carbono.

No Brasil, a produção de etanol de milho deverá consumir um quinto do uso interno do grão na safra 2024/25, representando um crescimento de 25% em relação à safra anterior. Em Goiás, esse aumento foi ainda mais acentuado: nos últimos sete anos, a produção de etanol de milho cresceu 296,9%, alcançando 757,5 milhões de litros.

Como subproduto da produção de etanol, os grãos secos de destilaria (DDG/DDGS) são utilizados como fonte de proteína e energia na ração animal. Recentemente, as exportações desses ganharam impulso com a abertura do mercado colombiano, elevando o total de destinos autorizados para 183 em 58 países desde o início de 2023, consolidando ainda mais o DDG/DDGS como um insumo estratégico para o agronegócio brasileiro, conforme apontado pelo boletim Agro em Dado.

Fonte: portaldoagronegocio

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