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Agronegócio

Impacto da Colheita de Milho e Comercialização de Soja nos Preços de Fretes: Análise do Boletim da Conab

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O avanço da colheita das culturas em estágio de maturação, especialmente aquelas da 2ª safra como o milho, e o aquecimento nos embarques de soja, impulsionado pela melhora nos preços da oleaginosa, aumento da demanda e necessidade de liberar espaço nos armazéns, têm influenciado a procura por serviços de transporte, resultando em aumento de preços em importantes estados produtores, como Mato Grosso. Esses dados foram divulgados na edição de junho do Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Em Mato Grosso, maior estado produtor de grãos, a Conab observou um aumento nos preços dos fretes na maioria das rotas. A alta demanda por caminhões foi impulsionada pelo ritmo acelerado de carregamento para liberar espaço nos armazéns, em um cenário de preços melhores para a soja. “Para junho, a tendência é de aquecimento no mercado e elevação nos preços dos fretes rodoviários, devido à sazonalidade da colheita que estreita a relação entre oferta e demanda por transporte. Contudo, os preços do milho podem influenciar esse mercado, diminuindo a pressão por transporte”, analisa Thomé Guth, superintendente de Logística Operacional da Conab.

Em Minas Gerais, a intensificação da colheita do café foi um dos principais fatores para o aumento dos fretes. No Maranhão, Piauí, Goiás, Paraná e Bahia, as cotações nas principais rotas também registraram elevação no último mês.

Por outro lado, em São Paulo e Mato Grosso do Sul, os preços dos fretes permaneceram próximos à estabilidade com pequenas altas. Em Mato Grosso do Sul, a seca e a má distribuição das chuvas afetaram a produção de milho e trigo, aumentando a disponibilidade de veículos e reduzindo a demanda por transporte. A comercialização da soja, no entanto, reagiu devido à maior demanda para exportação e prêmios positivos nos portos. Em São Paulo, a tragédia no Rio Grande do Sul e a comercialização mais lenta das safras de milho e soja mantiveram os preços dos fretes estáveis a levemente altos em relação ao mês anterior.

No Distrito Federal, houve queda na maior parte das rotas pesquisadas, com destaque para Uberaba e Araguari em Minas Gerais, Santos/SP e Imbituba/SC, com reduções médias de 8%. Essa queda foi motivada principalmente pela menor demanda por transporte de soja e milho e pela estabilidade no preço do diesel, que representa a maior parte do custo do frete.

Exportações

Em maio de 2024, os embarques de milho atingiram 0,42 milhão de toneladas, um aumento significativo em comparação com 0,07 milhão no mês anterior e 0,47 milhão no mesmo período de 2023. De janeiro a maio deste ano, 7,5 milhões de toneladas de milho foram exportadas, com 45,3% desse total sendo embarcados pelos portos do Arco Norte.

As exportações de soja em maio totalizaram 13,47 milhões de toneladas, uma redução de 8,3% em relação aos 14,7 milhões de toneladas exportadas no mês anterior, revertendo um movimento recorde observado anteriormente. Nos primeiros cinco meses do ano, 50,2 milhões de toneladas de soja foram exportadas, com 36,4% escoadas pelos portos do Arco Norte.

O Boletim Logístico da Conab, publicado mensalmente, coleta dados em dez estados produtores, analisa aspectos logísticos do setor agropecuário, posição das exportações de produtos agrícolas, fluxo de movimentação de cargas e principais rotas utilizadas para escoamento da safra. A edição completa de junho de 2024 está disponível no site da Companhia.

Fonte: portaldoagronegocio

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