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Agronegócio

Governo descarta taxação de exportações e controle de preços no agronegócio: entenda os impactos

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O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, afirmou que está totalmente descartada qualquer possibilidade de intervenção do governo para taxar as exportações agrícolas brasileiras ou estabelecer tabelas de preços para produtos agropecuários. Segundo Teixeira, as medidas para combater a inflação de alimentos passarão, principalmente, por incentivos à produção, com ênfase em crédito e assistência técnica ao setor.

A declaração ocorreu após o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, anunciar, em 22 de janeiro, que o governo estava preparando um “conjunto de intervenções” visando a redução dos preços dos alimentos. Mais tarde, o termo “intervenções” foi substituído por “ações para sinalizar o barateamento dos alimentos”, por meio de uma nota oficial divulgada à imprensa.

A expressão “intervenção” gerou apreensão no agronegócio, que teme medidas drásticas por parte do governo. Contudo, Teixeira foi enfático ao afirmar: “Está fora de cogitação qualquer intervenção nessa área, nem taxação nem impedimento de exportação. Isso nunca foi cogitado. O governo não tem intenção de fazer isso, e o presidente Lula já deixou claro que não deseja implementar intervenções desse tipo na economia.”

As medidas que estão sendo avaliadas pela administração federal visam reduzir os custos operacionais dos supermercados, o que poderia refletir no preço final dos alimentos. Embora o Ministério da Agricultura ainda não tenha se pronunciado oficialmente, fontes indicam que o ministro Carlos Fávaro está tentando se distanciar da questão, destacando que a redução dos preços envolve principalmente aspectos econômicos relacionados ao mercado e à inflação, e não diretamente à produção.

Fávaro também teria apontado que fatores como as adversidades climáticas e a alta do dólar impactam os preços dos produtos agropecuários. Apesar disso, ele ressaltou que a safra será recorde, o que pode ajudar a conter a elevação de preços em alguns itens, embora não haja controle sobre essas flutuações.

Paulo Teixeira explicou que, atualmente, o foco principal das discussões no governo são os preços da carne e do café. No caso do café, o impacto global das condições climáticas e a variação cambial são determinantes. Em relação à carne, o ministro destacou dois fatores: a necessidade de estabilização do dólar e a superação do ciclo pecuário, que deve resultar em aumento da oferta e, consequentemente, na redução dos preços.

Teixeira também informou que, nesta quarta-feira, ele e representantes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) se reuniriam com o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, para discutir o tema. O encontro visa preparar uma conversa mais ampla entre os ministros envolvidos no assunto.

“Precisamos aumentar a produção agrícola voltada ao mercado interno, como carne, frutas, legumes e verduras. Ao aumentar a oferta, podemos impactar mais fortemente a inflação”, afirmou Teixeira. O ministro também destacou a importância de expandir o crédito agrícola e a assistência técnica, especialmente para produtores de pequenas áreas, para que possam adotar novas tecnologias e aumentar a produção. As discussões sobre essas políticas estarão presentes no debate orçamentário a ser realizado nos próximos dias.

Fonte: portaldoagronegocio

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