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Agronegócio

Gasolina pode ter novo aumento devido a reajuste do ICMS e pressão por alta internacional

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Os combustíveis fósseis devem enfrentar um duplo aumento de preços nas próximas semanas. De um lado, a defasagem dos valores praticados no mercado interno em relação ao mercado internacional pressiona a Petrobras por reajustes nos preços do óleo diesel e da gasolina. De outro, o aumento anual da base de cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) também contribuirá para o encarecimento.

De acordo com Edson Lazarotto, diretor-executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência de Mato Grosso do Sul (Sinpetro-MS), é esperado um aumento iminente nos preços. “Acreditamos que, em função da defasagem do preço do petróleo entre o mercado internacional e o interno, há possibilidade de reajustes nos próximos dias”, afirmou.

Defasagem e Custos Internacionais

Segundo relatório da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), divulgado recentemente, os preços da gasolina e do óleo diesel comercializados pela Petrobras estão, respectivamente, 10% e 16% abaixo das cotações do Preço de Paridade Internacional (PPI). Isso equivale a uma diferença de R$ 0,28 por litro da gasolina e de R$ 0,54 para o diesel.

A disparidade foi agravada pela alta de 15% do dólar desde outubro e pelo aumento de 8% no preço do petróleo Brent nos últimos 30 dias, fatores que reduzem os lucros da Petrobras e sua capacidade de reinvestimento. O economista Michel Constantino explica que a defasagem nos preços resulta na necessidade de reajuste. “A Petrobras está segurando os preços mais baixos, o que gera prejuízos tanto para a estatal quanto para as distribuidoras”, afirmou.

Esse desequilíbrio é refletido diretamente no consumidor. “Em algum momento, a Petrobras terá de ajustar o preço, e o consumidor sentirá o impacto tanto no abastecimento quanto nos preços de produtos que dependem de frete e insumos derivados do petróleo”, concluiu.

Reajuste do ICMS

O aumento anual do ICMS também influenciará os custos. Previsto para fevereiro, o reajuste elevará a alíquota sobre a gasolina e o etanol em R$ 0,10 por litro, passando de R$ 1,37 para R$ 1,47. Para o óleo diesel e o biodiesel, o aumento será de R$ 0,06, chegando a R$ 1,12 por litro.

Segundo o Comitê Nacional de Secretarias Estaduais de Fazenda (Comsefaz), essa elevação reflete a alta dos preços entre fevereiro e setembro de 2024 em relação ao mesmo período de 2023. Lazarotto destacou que o reajuste é parte do ciclo produtivo dos combustíveis e deve ser repassado ao consumidor.

Oscilações de Preços

Em 2024, a Petrobras adotou uma nova política de preços que eliminou a referência ao PPI. Contudo, houve poucas alterações nos valores praticados. O preço da gasolina foi reajustado uma única vez, em julho, com aumento de 7,04%. No caso do diesel, não houve reajuste ao longo do ano.

Em Mato Grosso do Sul, o litro da gasolina ficou 23,90% mais caro nos últimos dois anos, passando de R$ 4,81 em janeiro de 2023 para R$ 5,96 em janeiro de 2025, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Por outro lado, o óleo diesel teve uma leve queda de 5% no mesmo período, saindo de R$ 6,35 para R$ 6,03 por litro.

Contexto e Perspectivas

A política de preços da Petrobras, junto ao aumento do ICMS, indica que os combustíveis continuarão sendo impactados por flutuações internas e externas. Com isso, consumidores e setores dependentes do transporte devem se preparar para um cenário de custos mais elevados nos próximos meses.

Fonte: portaldoagronegocio

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