Energia elétrica é insumo essencial para o desenvolvimento econômico. Em Santa Catarina, as deficiências no suprimento de energia para as áreas rurais e o preço cobrado pelo consumo encarecem a produção e retiram a competitividade de importantes cadeias produtivas do agronegócio.
Com essa avaliação, o presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (FAESC), José Zeferino Pedrozo, saúda como “uma grande notícia para o agronegócio de Santa Catarina” o anúncio do Governo do Estado de um programa para substituição de 500 quilômetros de rede monofásica por trifásica, na zona rural. Entre as regiões beneficiadas estão o Oeste, o Planalto Serrano, o Planalto Norte e o Alto Vale.
O investimento da Celesc totalizará R$ 40 milhões e será suportado pelos recursos da própria estatal, sendo R$ 30 milhões em 2023 e mais R$ 10 milhões em 2024. Cerca de 20 mil consumidores serão contemplados com o investimento. As melhorias viabilizarão ampliações de fábricas e automatizações que exigem uma demanda maior de energia. A rede trifásica reduzirá as quedas de energia, o que gera prejuízos na produção.
Pedrozo realça que, em face da escassez de mão de obra na área rural e da otimização dos processos produtivos, está ocorrendo crescente emprego da automação em todas as atividades. exemplo expressivo são os modernos aviários, com equipamentos automáticos de climatização em criatórios hermeticamente fechados. Nessa mesma linha, a fumicultura, com o uso de estufas para a secagem das folhas, obedecendo ao padrão de qualidade exigido pelas fumageiras. As atividades de armazenagem de grãos, resfriamento de leite e criatórios automatizados para suínos também são fortemente demandantes de energia.
O presidente da FAESC assinala que “essa tendência é reflexo da modernização das atividades agrícolas, pecuárias e extrativas que leva produtores e empresários rurais ao crescente emprego de máquinas e equipamentos, cujo funcionamento depende de energia elétrica.”
Pedrozo mostra que Santa Catarina tem 183.066 propriedades rurais onde são criados cerca de 1 bilhão de aves e 13 milhões de suínos por ano. “Nos últimos tempos essa base produtiva vem sofrendo com a deficiência no fornecimento de energia elétrica”.
As frequentes oscilações de tensão e as quedas no fornecimento têm causado sérios prejuízos, com perda de equipamentos e produção. Com a climatização sem funcionar, as temperaturas próximas ou superiores a 40 graus causam a mortandade de plantéis e inviabilizam a comercialização do tabaco, uma vez que o processo de secagem é interrompido. Muitos desses casos resultaram em ações indenizatórias que tramitam na justiça.
Fonte: portaldoagronegocio